Jerusalem - O governo israelense não voltará atrás, apesar das pressões internacionais, em sua decisão de construir novas colônias em resposta ao reconhecimento da Palestina como Estado observador não membro da ONU, afirmou à AFP uma fonte do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
"Israel insiste sempre em seus interesses vitais, inclusive sob pressões internacionais, e não haverá mudança na decisão tomada. A iniciativa palestina na ONU é uma violação flagrante dos acordos garantidos pela comunidade internacional", declarou esta fonte, que pediu para não ser identificado.
Os embaixadores de Israel na França, no Reino Unido, na Suécia e na Dinamarca foram convocados nesta segunda-feira pelos ministérios das Relações Exteriores desses quatro países que pretendiam manifestar suas "preocupações", ou sua "desaprovação" a esses projetos.
Netanyahu reagiu à concessão na quinta-feira do status de Estado observador não membro da ONU à Palestina, anunciando o relançamento das construções nas colônias, incluindo o polêmico projeto E1 ligando Jerusalém Oriental na colônia de Maalé Adumim, cortando a Cisjordânia em duas e a isolando de Jerusalém, o que comprometeria a viabilidade de um futuro Estado palestino.
"A resposta ao ataque contra o sionismo e contra o Estado de Israel deve nos levar a aumentar e a acelerar o estabelecimento dos planos de construção em todas as áreas onde o governo decidiu construir", disse no domingo no conselho de ministros.
O governo israelense não adiantou uma data para as construções, mas o único anúncio provocou uma onda de indignação internacional.
Se este projeto "vier a se concretizar, isso vai desferir um golpe quase fatal nas últimas chances de garantir uma solução de dois Estados", havia afirmado no domingo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltando que há o "risco de isolar totalmente Jerusalém Oriental do resto da Cisjordânia".