Abas foi recebido com um tapete vermelho na entrada para o Mukata;ah, sede do governo palestino, e toda a área foi cercada por literalmente dezenas de milhares de palestinos em festa, agitando bandeiras e cantando.
"Agora temos um Estado", disse Abas aos palestinos em Ramallah.
Em seu discurso, Abbas se comprometeu a reiniciar o processo de reconciliação entre os palestinos.
"Já nos próximos dias vamos examinar as medidas necessárias para conseguir esta reconciliação" entre as tendências palestinas, disse Abbas durante seu discurso.
Na quinta-feira, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que concedeu à Palestina o status de Estado observador não-membro, apesar da oposição dos Estados Unidos e de Israel, que respondeu anunciando o projeto de construir 3.000 novas casas nos assentamentos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Em novembro de 2011, Israel já havia acelerado a construção de assentamentos na Cisjordânia, ocupada após a adesão da Palestina como membro pleno da Unesco.
De acordo com o site de informação israelense, Ynet, a decisão de prosseguir com o plano de construção foi tomada na última quinta-feira pelo Fórum dos nove principais ministros.
Paralisado há anos sob pressão americana, este polêmico projeto visa criar uma ligação territorial entre Maalé Adumim (35.000 habitantes) e as colônias de Jerusalém Oriental, ocupada e anexada desde 1967. Ambas as regiões estão a cerca de 10 km de distância uma da outra.
Ele foi denunciado com veemência pelos palestinos por praticamente dividir em duas a Cisjordânia, comprometendo a viabilidade de um Estado palestino.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considerou que, ao apresentar a solicitação na ONU, os palestinos "violaram seus acordos com Israel". "Israel atuará como consequência", acrescentou.
A oposição israelense, por sua vez, acusa Netanyahu pelo estancamento das negociações com os palestinos, oficialmente em ponto morto desde outubro de 2010, mas, na realidade, paralisadas desde 2008.
"Com o reconhecimento na ONU (da Palestina), Israel perdeu as conquistas obtidas por meio de negociações", lamentou a ex-ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni (2006-2009), que, diante da perspectiva das eleições, lançou nesta semana um novo partido de centro.
"Isto é o resultado de uma política errada, de quatro anos de estagnação política, de discursos e de acusações do governo Netanyahu (...) que atentou contra Israel e contra nossos interesses de segurança diante dos palestinos e do mundo", declarou Livni.
Ao obter o status de Estado não membro, a Palestina poderia teoricamente ratificar o Estatuto de Roma e recorrer ao Tribunal Penal Internacional (TPI).