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Novo presidente mexicano assume com promessa de reduzir violência

México - Enrique Peña Nieto assumirá no próximo sábado, 1; de dezembro, a presidência do México, um país que apresenta uma boa saúde econômica, mas que enfrenta uma onda de violência sem precedentes, herança do governo de Felipe Calderón.

Peña Nieto, , pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México por 71 anos e que parecia moribundo após sua derrota em 2000, se comprometeu a impulsionar reformas que consolidem a competitividade de um país com um crescimento econômico que superou o do Brasil em 2011.

Espera-se, antes de tudo, que este advogado de 46 anos, com porte de galã de televisão conhecido por sua eficiência na administração governamental, cumpra sua promessa de solucionar a crise de segurança vivida pelo país.

Mudança de estratégia

Peña Nieto se comprometeu a reduzir a violência, que atingiu níveis sem precedentes, causada por disputas entre traficantes e , segundo críticos de Calderón, pela mobilização de mais de 50.000 militares em uma operação de combate às drogas lançada por Calderón.

Esta ofensiva contra as drogas, que Calderón descreveu como uma guerra, e as lutas entre os cartéis, deixaram mais de 60.000 mortos desde dezembro de 2006, quando ele chegou ao poder. Desde então, a taxa de homicídios quase triplicou, passando de nove para 24 em cada 100.000 habitantes.



A Secretaria de Segurança, que teria suas responsabilidades transferidas à secretaria de Governo (Interior), caso o Legislativo aprove a proposta, tem sob seu controle a Policía Federal, fortalecida no atual governo e carro-chefe do combate às drogas ao lado do Exército e da Marinha.

[SAIBAMAIS]No entanto, o prestígio da Policía Federal e da Secretaria de Segurança, presidida por Genaro García Luna, que conseguiu se manter no cargo, apesar das críticas contra ele, foi manchado por casos como o ataque de policiais federais a um veículo diplomático norte-americano ou um confronto entre policiais no aeroporto internacional da Cidade do México.

A eliminação da Secretaria de Segurança reflete a vontade do futuro presidente mexicano de devolver ao poder político a direção das estratégias de segurança, responsabilidade considerada muito séria para ser deixada unicamente nas mãos de militares e policiais.