Haia - Cinquenta pedaços de arame farpado usados no campo de concentração nazista de Amersfoort, no centro da Holanda, durante a Segunda Guerra Mundial foram colocados à venda a um preço de dez euros cada pela Fundação encarregada de cuidar do que sobrou do campo, informou nesta terça-feira (27/11) a própria fundação.
"O arame farpado não tem valor arqueológico, porque sabemos muito bem para que servia, mas ele pode ter um significado especial para aqueles que têm uma conexão com este campo", declarou à AFP Ruijs Harry, diretor de Fundação "Kamp Amersfoort".
Os pedaços de arame farpado colocados à venda medem entre 10 e 15 centímetros cada e estão presos a placas de madeira, disse Ruijs, explicando que os pedaços foram encontrados durante escavações arqueológicas nos últimos dois anos.
"Esta iniciativa é para chamar a atenção para a importância de evidências físicas (do passado), cuja conservação custa dinheiro, e como uma lembrança de exposição", indicou a Fundação em seu site.
O arame farpado é vendido através de uma exposição de objetos relacionados ao campo encontrados durante escavações arqueológicas.
"O objetivo da venda não é, obviamente, ganhar dinheiro, como algumas pessoas podem pensar, mas simplesmente cobrir os custos da exposição, cerca de 500 euros", ressaltou Ruijs. "Também não é para vender na internet para qualquer pessoa e em grandes quantidades, vendemos apenas localmente para as pessoas que visitaram a exposição".
"Se as nossas intenções forem mal interpretadas, vamos nos adaptar", acrescentou.
Entre 35.000 e 40.000 pessoas, das quais cerca de metade foi deportada para o campo de concentração nazista de Buchenwald, passaram pelo campo de Amersfoort durante a Segunda Guerra Mundial. A população do campo era extremamente variada, incluindo judeus, prisioneiros políticos e comunistas.
Não resta mais quase nada do campo de Amerfoort. Prédios usados na formação dos agentes de polícia foram construídos após a guerra onde onde estava localizado o campo, explicou Ruijs.