Genebra - O número de refugiados sírios inscritos no Acnur dobrou desde o início de setembro, chegando a mais de 440.000 pessoas, embora outras "centenas de milhares" não estejam inscritas, afirmou nesta sexta-feira (23/11) um porta-voz da organização.
"Na região, o número de refugiados sírios (...) chega agora a 442.256, um aumento de mais 213.000 em comparação com o início de setembro", declarou à imprensa o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Adrian Edwards.
"E estes números não incluem os centenas de milhares de outros sírios que não se registraram", disse. Dos 440.000 refugiados, o Acnur contabiliza 127.420 no Líbano, 125.670 na Jordânia, 123.747 na Turquia, 55.685 no Iraque e 9.734 em vários países do norte da África.
No Iraque, o número de refugiados sírios registrados ou não no Acnur já triplicou desde o início de setembro, passando de 18.700 para cerca de 56.000. Desses, 75% foram para a região do Curdistão, de acordo com um comunicado da agência da ONU.
Na Jordânia, o fluxo de refugiados também continua, com cerca de 4.500 novos chegados nos últimos oito dias. A maior parte deles é de mulheres e crianças das aldeias da província de Deraa (sul), e que chega "exausta", preocupa-se o Acnur.
Além disso, "nossas equipes no terreno dizem que aqueles que chegaram (à Jordânia) esta semana estão entre os mais assustados, principalmente as mulheres", indica o Acnur.
O Acnur é responsável pela distribuição da ajuda a cerca de 500.000 pessoas na Síria. Cerca de 300.000 foram atendidas até o momento e o Acnur espera atender mais 100.000 até o final do ano.
A ONU acredita que cerca de 2,5 milhões de sírios precisem de ajuda no país, mas esta estimativa é difícil de ser comprovada, já que 95% dos deslocados estão em casas de familiares. O conflito sírio deixou em 20 meses mais de 40.000 mortos, segundo uma ONG síria.