Após o anúncio que terá plenos poderes para governar o Egito, o presidente Mouhamed Mursi é alvo nesta sexta-feira (23/11) de um protesto, no Cairo, capital do país, na Praça Tahrir, que virou o símbolo da resistência para os egípcios. Os manifestantes foram convocados por grupos de oposição que contestam a decisão de Mursi de assumir o que chamou de ;poder total;, transformando suas ordens em medidas definitivas, sem contestações.
A iniciativa de Mursi foi comunicada à população em nota oficial, informando que o presidente também terá algumas atribuições do Legislativo e do Judiciário. Os parlamentares que pertencem à Assembleia Constituinte são alvo de críticas por suspeitas de irregularidades. Há três dias, as principais cidades egípcias estão sob um clima de tensão.
[SAIBAMAIS]Eleito há cinco meses, Mursi foi elogiado por autoridades internacionais ao conseguir negociar um cessar-fogo entre o Hamas, movimento de resistência islâmica, e Israel. Mas paralelamente às articulações em favor do fim da crise na região da Faixa de Gaza, ele anunciou a ampliação de seus poderes como presidente da República.
O protesto tem entre seus líderes Mohamed ElBaradei, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Ayman Nour, George Ichak, Hamdin Sabbahy e Amr Moussa, que acusaram o presidente da República de tentar dar um golpe contra a legitimidade. No ano passado, os manifestantes egípcios lideraram uma onda de protestos, que contaminou vários países muçulmanos. Na ocasião, os manifestantes defendiam a renúncia do então presidente Hosni Mubarak, mudanças na cúpula política e o fim das violações de direitos humanos. Mubarak renunciou, é mantido preso e responde a processos na Justiça.