Calendário eleitoral
O calendário eleitoral começa a esquentar a partir de domingo com as primárias que decidem os candidatos a deputado pelo Likud, partido de direita de "Bibi" Netanyahu. Na semana que vem, o Partido Trabalhista (centro-esquerda) escolherá seus candidatos. "A segurança dos moradores do sul de Israel ainda não foi restabelecida, nem nossa força de dissuasão", discursou o líder do partido centrista Kadima Shaul Mofaz.
Segundo Mofaz, antigo chefe do Estado-Maior e antigo ministro da Defesa, "o cessar-fogo é um erro. Não é assim que se conduz uma guerra contra o terrorismo". O ministro de Defesa Ehud Barak respondeu que uma ofensiva terrestre "poderia criar uma situação onde teríamos que ficar anos na faixa de Gaza".
De acordo com Barak, é impossível retirar o Hamas do poder em Gaza sem que Israel ocupe completamente o território. "Não tenho certeza que isso seja a coisa mais inteligente a ser feita", reconheceu.
A rádio militar israelense vem difundindo, com certo prazer maldoso, comunicados de Netanyahu de 2009, quando, na época como oposição, ele havia criticado duramente o governo de Ehud Olmert após a devastadora operação "Chumbo Grosso" em Gaza que matou mais de 1.400 palestinos.
A imprensa israelense não estava muito triunfante nesta quinta-feira. "Tivemos alguns sucessos, mas algumas dúvidas também", disse o comentarista militar Yoav Limor. De acordo com ele, "o único interesse em comum entre Israel e Hamas é o desejo de uma trégua, mas eles entendem que a contagem regressiva para o próximo confronto já começou".
No jornal Maariv, o comentarista Mazal Mualem estimou que "o verdadeiro efeito da operação será testado nas eleições. Si a calma voltar nesses dois meses antes das eleições, Netanyahu e (Avigdor) Lieberman (ministro das Relações Exteriores) serão os grandes vencedores".