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Exército repele ataque rebelde; Ancara pede mísseis Patriot

Damasco - O Exército sírio pôs fim a várias semanas de cerco em torno de sua base de Sheikh Suleiman, no norte, em grande parte controlada pelos rebeldes e próxima à Turquia, que solicitou formalmente à Otan a mobilização de mísseis de defesa antiaérea Patriot em seu território.

Enquanto isso, Paris negou qualquer violação do embargo da União Europeia sobre as armas, em benefício da oposição, poucas horas depois de disparos de morteiros efetuados pelos insurgentes contra o bairro das embaixadas em Damasco, semeando pânico entre as pessoas que até agora ouviam a guerra sem vê-la.

Ao menos 25 insurgentes morreram em combates nos arredores de Sheikh Suleiman, cerca de 25 km a noroeste de Aleppo, principalmente porque a área em torno da base havia sido bombardeada pela aviação síria, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).



Sheikh Suleiman era o único obstáculo para a "libertação" quase completa de uma vasta área entre a fronteira com a Turquia e Aleppo controlada pelos rebeldes que tomaram há três dias uma outra base na região, a Base 46, a partir da qual o regime bombardeava as comunidades vizinhas.

Nesta quarta-feira (21/11), os rebeldes se organizaram nesta base e se apoderaram de quinze tanques e blindados de fabricação soviética, armas e munições. Frente ao risco de transbordamento do conflito, a Otan anunciou ter recebido um pedido formal da Turquia para o deslocamento de mísseis de defesa antiaérea Patriot. "Os aliados vão discutir este pedido sem demora", afirmou o secretário-geral da Aliança, Andres Fogh Rasmussen, em sua conta no Twitter.

Os Estados Unidos se manifestaram em favor desta demanda e a Otan pode dar sua permissão ainda nesta quarta após uma reunião prevista para esta noite em Bruxelas, segundo uma fonte diplomática.

A França não violou o embargo

Enquanto a União Europeia não se pronuncia sobre a questão da suspensão do embargo de armas imposto à Síria, o ministro francês das Relações Exteriores afirmou que Paris, que apoia a rebelião, não violou o embargo em vigor desde maio de 2011. "Se fornecemos ou não armas, ou se violamos o embargo, a resposta é não", disse Laurent Fabius.

No âmbito diplomático, a nova coalizão opositora síria obteve uma nova conquista. Londres a reconheceu como "a única representante legítima do povo sírio", como já haviam feito Ancara, Roma, as monarquias do Golfo e a França. O chefe da diplomacia britânica, William Hague, considerou que "é do interesse da Síria, da região e do Reino Unido apoiar (a Coalizão) e que não se deixe espaço para os grupos extremistas", acrescentando que havia pedido que oposição nomeasse um representante no Reino Unido.

O líder do Conselho Nacional Sírio (CNS, oposição), Georges Sabra, afirmou que a Síria necessitará de uma ajuda de cerca de 60 bilhões de dólares após a queda do regime de Bashar al-Assad para evitar a quebra do país.

No terreno, a artilharia do regime retomou os bombardeios aos bairros do sul de Damasco e bombardeava a cidade de Daraya, da qual tenta retomar o controle, e a região de Ghouta Oriental, principal base de retaguarda dos rebeldes que tentam entrar em Damasco, segundo o OSDH. Essas operações ocorrem no dia seguinte a um disparo contra Abou Roummané, bairro que até agora vinha sendo poupado dos confrontos, causando uma morte e deixando três feridos, segundo fontes oficiais e o OSDH.

"Você não pode imaginar o medo que me invadiu quando ouvi o barulho da explosão. Ninguém acreditava que isto pudesse acontecer neste bairro".Segundo um registro provisório do OSDH, 34 pessoas morreram nesta quarta-feira vítimas da violência, um dia depois da morte de 117 pessoas.