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Israel segue atacando Gaza em meio à perspectiva de trégua

Gaza - Israel manteve nesta terça-feira seus ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, de onde grupos armados ligados ao Hamas disparam foguetes contra o território hebreu, em meio à perspectiva de trégua e a visita da secretária americana de Estado, Hillary Clinton.

A secretária de Estado chegou a Israel na noite desta terça-feira, após um aguardado anúncio de trégua na região que finalmente não saiu.

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, espera que os esforços para se obter um cessar-fogo entre palestinos e israelenses tragam resultados positivos nas próximas horas, segundo um funcionário do governo no Cairo.

Hillary Clinton não fez qualquer alusão a um acordo para por um fim às hostilidades e indicou que espera que as negociações prossigam por alguns dias.

"Nos próximos dias, os Estados Unidos trabalharão com seus parceiros aqui em Israel e na região para promover a segurança de Israel, melhorar as condições de vida da população em Gaza e avançar na direção de uma paz global para todos os povos da região".



A secretária de Estado, que se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, destacou que o compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel é "forte como uma rocha". "Os ataques de organizações terroristas em Gaza com foguetes contra cidades (israelenses) precisam acabar e uma calma mais ampla precisa ser restaurada".

Netanyahu, por sua vez, disse que "se for possível obter uma solução a longo prazo por meios diplomáticos, eu prefiro. Mas se não for o caso, estou certo de que vocês compreendem que Israel deverá adotar todas as medidas necessárias para defender seu povo".

Na quarta-feira, Clinton irá à cidade de Ramallah, na Cisjordânia, e ao Cairo para negociações com Mohamed Mursi.

A questão mais complicada a superar é se Israel começará a aliviar o bloqueio a Gaza, vigente há seis anos, paralelamente à entrada em vigor da trégua ou mais tarde.

Enquanto a trégua não sai, ao menos 26 pessoas foram mortas em Gaza pela aviação israelense, segundo o ministério da Saúde do Hamas.

Entre as vítimas estão dois cinegrafistas da emissora de televisão Al-Aqsa, Mahmud Komi e Hossam Salama, atingidos em um ataque contra o bairro de Sabra, em Gaza.

O serviço de emergência do Hamas indicou a morte de duas crianças em um ataque aéreo contra o bairro de Zeitun, também na cidade de Gaza.

Segundo o Centro Palestino para os Direitos Humanos, ao menos 18 menores perderam a vida desde o início dos bombardeios aéreos seletivos israelenses contra a Faixa de Gaza, que já mataram 136 palestinos em seis dias de escalada.

Os foguetes disparados da Faixa de Gaza mataram dois israelenses nesta terça-feira, um militar e um civil. O cabo Yosef Fartuk, de 18 anos, morreu na região de Eshkol (sul), enquanto Alayaan Salem al-Nabari, um beduíno, faleceu na mesma zona.

Uma delegação de ministros árabes das Relações Exteriores viajou a Gaza para manifestar sua "solidariedade". A delegação é chefiada pelo secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, e inclui o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Malki, e o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu.

O chefe da Jihad Islâmica, Ramadan Abdullah Shellah, admitiu nesta terça-feira à rede Al Jazeera que grupos palestinos da Faixa de Gaza utilizam armas iranianas nos ataques contra Israel.

"As armas da resistência hoje na Palestina diante da agressão e da arrogância israelenses são essencialmente de origem iraniana: são armas iranianas ou compradas com financiamento iraniano", declarou Shellah em entrevista à Al Jazeera.

Na Cisjordânia, violentos enfrentamentos ocorreram nesta terça em Hebron entre soldados israelenses e jovens palestinos que protestavam contra a morte de um manifestante na segunda-feira, durante manifestação em solidariedade a Gaza.

Dezenas de jovens reunidos na cidade antiga de Hebron começaram a gritar "vingança" e a jogar pedras contra as forças de segurança israelenses, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo, informaram testemunhas.

Os confrontos ocorreram após o funeral de Hamdi Falah, do qual participaram 5.000 pessoas.

Também houve confronto em Nablus, no norte da Cisjordânia, entre 500 manifestantes e soldados israelenses, constatou um fotógrafo da AFP.