Londres - O ex-trader do UBS, Kweku Adoboli, declarado culpado por uma fraude que custou 2,3 bilhões de dólares ao banco suíço UBS, foi condenado nesta terça-feira (20/11) a sete anos de prisão pelo tribunal londrino de Southwark.
Um jurado popular havia condenado previamente o ex-trader de 32 anos culpado das acusações de fraude e o absolveu das acusações de falsa contabilidade, após menos de três dias de deliberações. O UBS se manifestou em um curto comunicado e disse que está "contente que o processo penal tenha chegado a uma conclusão" e agradeceu às autoridades britânicas pela maneira como havia manejado o caso.
A promotoria acusou Adoboli, que negava todos as acusações, de ter "jogado fraudulentamente" com o dinheiro do UBS, gerando perdas de 2,3 bilhões de dólares (1,8 bilhão de euros). Segundo a acusação, Adoboli ultrapassou seus limites como corretor, inventou operações fictícias para ocultá-lo e depois mentiu a seus superiores, tudo isso com o objetivo aparente de incrementar seus bônus e seu status dentro da entidade.
Filho de um alto funcionário ganês da ONU já aposentado, Adoboli trabalhava com produtos financeiros complexos no Departamento de ETF (fundos cotados em bolsa) da sede londrina do UBS até sua detenção em setembro de 2011.
As primeiras operações fraudulentas aconteceram em 2008. O ex-trader, que poderia ter perdido até 12 bilhões do UBS, confessou ter "perdido totalmente o controle" quando os mercados se inverteram bruscamente em plena crise da zona do euro.
Licenciado em informática pela Universidade de Nottingham, Adoboli entrou no banco suíço com um simples contrato de práticas e em 2006 passou a formar parte do Departamento do ETF (fundos cotados em bolsa). Após galgar cargos rapidamente, o trader se converteu no responsável por uma carteira de 50 bilhões de dólares, com apenas um colaborador para respaldá-lo.
O perfil de Adoboli recorda o de Jerome Kerviel, o broker que gerou perdas de 5 bilhões de euros ao banco francês Société Générale em 2008 com transações não autorizadas.