LONDRES - Andy Coulson, ex-secretário de comunicação do primeiro-ministro britânico David Cameron, e Rebekah Brooks, ex-protegida de Rupert Murdoch, serão acusados em uma investigação sobre supostos pagamentos ilegais a funcionários públicos, anunciou a promotoria britânica.
Coulson e Brooks estão entre as cinco pessoas que enfrentarão acusações judiciais pela chamada operação Elveden, que investiga supostos subornos a policiais e autoridades para conseguir notícias exclusivas no escândalo das escutas ilegais no extinto tabloide sensacionalista News of the World.
Coulson, que dirigiu o News of the World entre 2003 e 2007, e o jornalista especializado em assuntos relacionados à realeza Clive Goodman serão acusados formalmente de suborno relativos a pagamentos a funcionários em troca de uma lista telefônica do Palácio de Buckingham conhecida como o "Livro Verde", que inclui os números de membros da família real e da casa real.
Brooks, ex-diretora do Sun e ex-conselheira da filial britânica do grupo Murdoch que publicava o News of the World, será por sua vez acusada de conspirar com John Kay, ex-chefe de reportagem do jornal The Sun, e a funcionária do Departamento de Defesa Bettina Kay em relação ao pagamento de 100.000 libras (159.000 dólares) em troca de informações.
Depois da formalização das acusações, os cinco deverão comparecer ao Tribunal de Magistrados de Westminster em uma data ainda a ser determinada, informou a promotoria britânica. Coulson e Brooks já são réus na investigação do caso das escutas ilegais, e o julgamento de ambos está previsto para setembro de 2013.
Desde a reabertura da investigação, no início de 2011, a polícia prendeu dezenas de pessoas relacionadas com as escutas e supostos subornos pagos a policiais para tentar obter exclusivas que, em último caso, também afetaram o Sun.
A primeira investigação sobre as escutas praticadas pelo News of the World, iniciadas em 2006, terminou em 2007, com Goodman e um detetive que trabalhava para o tabloide, Glenn Mulcaire, sentenciados a vários meses de prisão.
O News of the World, que precisou fechar em julho de 2011, é acusado de ter grampeado desde 2000 os telefones de cerca de 800 pessoas, entre elas celebridades, políticos e membros da família real, mas também vítimas de crimes.