Damasco - Os rebeldes sírios conquistaram uma importante base de artilharia no norte da Síria, enquanto vários grupos armados islamitas rejeitaram a nova união opositora.
Em contrapartida, a Itália reconheceu como "legítima representante do povo" sírio a Coalizão Nacional Síria, no momento em que a Otan considera "prioritário" discutir o pedido da Turquia de posicionar mísseis e antimísseis em sua fronteira com a Síria.
Vários grupos islamitas armados, entre eles os dois mais importantes, Liwa al-Tawhid e a Frente Al-Nusra, que combatem em Aleppo, rejeitaram a nova formação e se pronunciaram em favor de um Estado islâmico, em um vídeo postado nesta segunda-feira (19/11) na internet.
"Nós, as facções que combatem na região da cidade de Aleppo e em sua província, anunciamos nossa rejeição ao complô que representa o que se chama a Coalizão Nacional e, de maneira unânime, concordamos em instaurar um Estado islâmico justo", afirma o vídeo, no qual um homem lê uma declaração.
[SAIBAMAIS]A Frente Al-Nusra, um grupo islamita desconhecido até o início da rebelião Síria, já reivindicou uma série de atentados no país e seus combatentes estão presentes na maioria das frentes de batalha. O Liwa Tawhid, uma brigada inicialmente ligada à Irmandade Muçulmana, se radicalizou com o passar do tempo.
No entanto, a oposição síria, que conseguiu em 11 de novembro formar uma coalizão nacional unificada para apresentar uma alternativa de credibilidade ao regime de Bashar Al-Assad, obteve nesta segunda o reconhecimento da Itália, depois da aprovação dos países do Golfo e da França.
"Nós reconhecemos a coalizão que reúne os diferentes integrantes da oposição como representante legítima do povo sírio", indicou o chefe do governo italiano, Mario Monti, durante uma coletiva de imprensa no Qatar. O governo francês chegou a levantar a possibilidade de fornecer armas aos rebeldes, enquanto as potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, se recusam até o momento a armar a oposição.
O regime de Damasco havia considerado hostil a decisão da França de receber um "embaixador" da coalizão de oposição síria. Esta nova coalizão opositora terá sua sede no Egito, anunciou nesta segunda seu presidente Ahmed Moaz al-Khatib à agência oficial Mena, após conversas com o ministro egípcio das Relações Exteriores Mohammed Kamel Amr.
No campo de batalha, os rebeldes conquistaram uma importante base de artilharia no norte do país na noite de domingo, segundo uma fonte militar. "Foi um ataque importante. Usaram tanques e dispararam morteiros e mísseis, o que obrigou o Exército a se retirar progressivamente", indicou esta fonte.
Além disso, segundo os Comitês Locais de Coordenação, as forças governamentais bombardearam vários bairros de Damasco, incluindo o campo de refugiados palestinos de Yarmuk.
Neste contexto, a Otan considera como prioridade discutir o pedido da Turquia de posicionar mísseis em sua fronteira com a Síria, afirmou o secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen. "Temos a estratégia definida para defender a Turquia, caso seja necessário", insistiu.