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Barack Obama pede em Mianmar união para a democracia



Foi a oportunidade para a opositora demonstrar a prudência que a caracteriza, enquanto a cidade estava em êxtase por este momento único. "O momento mais difícil em uma transição é quando o sucesso está à vista. Então temos de ter muito cuidado para não sermos enganados pela miragem do sucesso", declarou Suu Kyi, que seus admiradores chamam de "A Dama".

Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas contra a junta no final dos anos 1990. Mas quase todas foram suspensas nos últimos meses. "Thein Sein já pode tirar desta viagem uma vantagem muito significativa no plano interno", considerou Mael Raynaud, analista político. "Obama fez dele um presidente intocável, cada vez menos suscetível de ser derrubado pela linha-dura". Mas o americano também vai tirar suas próprias conclusões, após uma primeira, em 2009, quando considerou adequado adicionar às sanções o diálogo com os militares. "A administração Obama quer levar o crédito por algumas das mudanças", observou Roman Caillaud, diretor do escritório birmanês da consultoria Vriens and Partners.

O chefe do Governo americano descobriu uma movimentada ex-capital, enfraquecida por 50 anos de gestão militar e ansiosa para receber os investidores estrangeiros. Mas seu discurso foi essencialmente político. Na região oeste, a violência étnica causou 180 mortes entre budistas da etnia rakhine e muçulmanos da minoria apátrida rohingya, que ainda vivem no ostracismo por causa do racismo. "Por muito tempo, as pessoas deste país, incluindo os da etnia rakhine, enfrentaram a pobreza esmagadora e a perseguição. Mas não há desculpa para a violência contra inocentes", disse Barack Obama.

No fim de semana, Thein Sein reconheceu que o país precisa resolver este problema, correndo o risco de "perder o rosto no cenário mundial". Ele também prometeu resolver a questão sensível da cidadania dos rohingya. Quanto ao caso dos presos políticos, o líder do governo birmanês prometeu pôr em prática, até o final do ano, um mecanismo para examinar todos os casos. Ativistas da oposição anunciaram nesta manhã que 44 deles foram libertados.