Agência France-Presse
postado em 13/11/2012 16:18
Moscou - O último líder soviético, Mikhail Gorbatchov, 81 anos, lamenta não ter conseguido levar a União Soviética "a bom porto", em um livro publicado em Moscou, no qual também critica o governo dos Estados Unidos pelo apoio o rival Boris Yeltsin, "que desejava destruir a URSS", segundo o prêmio Nobel da Paz de 1990."O objetivo dele - desmembrar e destruir a União Soviética - coincidia com o da administração americana", afirma Gorbatchov, em referência a Yeltsin, que, eleito presidente da Rússia, deu o golpe de misericórdia no regime soviético, depois da tentativa frustrada de golpe de Estado conservador de agosto de 1991.
[SAIBAMAIS]"Continuo lamentando não ter conseguido levar a bom porto o barco, cujo timão haviam colocado em minhas mãos", escreve o Nobel da Paz em um livro de memórias de 600 páginas que tem como título "Cara a cara comigo mesmo".
"Aconteceram erros na direção, em meio a um fogo cruzado entre conservadores e radicais, nacionalistas, que, por fim, formavam uma frente unida com o objetivo de derrubar o poder soviético", completa.
"Não reformamos a tempo a União. Não transformamos a tempo o Partido Comunista em um partido democrático moderno. Foram os dois principais erros", afirma Gorbatchov.