Nova York - Quatro dias após a devastação provocada pela supertempestade Sandy, a revolta toma conta da população de Nova York diante da falta de eletricidade e das filas intermináveis nos postos de gasolina. Quatro dias antes da eleição presidencial, o número de vítimas da supertempestade subiu para 41 mortos em Nova York, segundo a polícia.
A imprensa local criticou o prefeito Michael Bloomberg por manter a Maratona de Nova York no domingo, enquanto milhares de cidadãos ainda tremem com os pés na água, o que motivou finalmente o cancelamento da prova. "Abuse of power" (trocadilho com "abuso de poder" e "desvio de energia") era a manchete desta sexta-feira do New York Post com uma foto de geradores colocados pelos organizadores da prova.
No final da tarde, Bloomberg informou: "Decidimos cancelar a maratona de Nova York. O New York Road Runners (clube que organiza a corrida) fornecerá informações adicionais aos inscritos nos próximos dias. Não queremos correr o risco de ter problemas com os participantes e preferimos anular a corrida".
Apesar da mobilização de emergência e o anuncio da distribuição de um milhão de refeições às populações vulneráveis, a frustração é intensa nas áreas mais afetadas, como Staten Island.
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As críticas atingem especialmente os fornecedores de eletricidade, que lutam para restabelecer milhares de linhas derrubadas pelos ventos ou varridas pelas inundações. Sem eletricidade, a água não chega aos arranha-céus, o aquecimento falta e as linhas do metrô continuam sem funcionar nos bairros afetados.
A Con Edison, principal distribuidora de eletricidade de Nova York, informou no final da tarde desta sexta-feira o restabelecimento da energia para 65 mil clientes do sul de Manhattan.
Segundo a companhia, a luz voltou aos bairros de East Village e Lower East Side, mas o apagão persiste em 400 mil residências, sendo 160.000 no sul de Manhattan.
[SAIBAMAIS]A Con Edison admite que a volta da energia elétrica a certas áreas da cidade, como Queens e Staten Island, pode tardar até 11 de novembro.
O fornecedor já reconectou mais de 400 mil clientes desde segunda-feira, com a ajuda de milhares de técnicos adicionais, por vezes, da Califórnia. Mas eles precisam trabalhar com segurança e com o maior cuidado, já que ainda existem milhares de fios no chão, 500 estradas bloqueadas em Nova York e milhares de subsolos de edifícios em Manhattan, inundados.
O governador Andrew Cuomo não mediu palavras na noite quinta-feira ao dizer aos fornecedores: "as promessas não são suficientes, precisamos de resultados". Ele também alertou os comerciantes a não procurar tirar partido da situação para aumentar seus preços.
Táxis sem gasolina
Quanto ao transporte, os ônibus circulam normalmente e o metrô e trens suburbanos retomam os serviços de forma gradual, com a reabertura nesta sexta-feira das linhas para Long Island (leste) e os subúrbios do norte.
Mas o metrô, que normalmente transporta 5,5 milhões de passageiros por dia, não passa da 34th Street, e o sul de Manhattan continua sem eletricidade.
Para reduzir o congestionamento, a polícia controlará estritamente um "esquema de carona" obrigatório (pelo menos três pessoas por veículo) nas pontes que levam a Manhattan: um policial verifica no interior do veículo se o número de passageiros é o mínimo necessário, caso contrário o carro é desviado.
A New York Taxi Commission, que gere a frota de milhares de táxis em Nova York, advertiu que devido à falta de combustível, os famosos táxis amarelos são menos numerosos nas ruas nesta sexta-feira.
O problema número um ainda é encontrar combustível, especialmente nos subúrbios e em pequenas cidades de Nova Jersey, onde não se pode viver sem um carro. A paciência dos motoristas, que chegam a enfrentar três horas de fila para encher seu tanque ou recipiente para seu gerador, está acabando e há relatos de confrontos e tentativas de furto.
Em Nova Jersey, onde Sandy provocou enormes estragos, a falta de eletricidade ainda atinge 1,5 milhão de pessoas, com um saldo de 14 pessoas mortas.
As autoridades locais advertem o perigo do uso de geradores: cinco pessoas morreram desde segunda-feira, envenenados por monóxido de carbono.
A imprensa local criticou o prefeito Michael Bloomberg por manter a Maratona de Nova York no domingo, enquanto milhares de cidadãos ainda tremem com os pés na água, o que motivou finalmente o cancelamento da prova. "Abuse of power" (trocadilho com "abuso de poder" e "desvio de energia") era a manchete desta sexta-feira do New York Post com uma foto de geradores colocados pelos organizadores da prova.
No final da tarde, Bloomberg informou: "Decidimos cancelar a maratona de Nova York. O New York Road Runners (clube que organiza a corrida) fornecerá informações adicionais aos inscritos nos próximos dias. Não queremos correr o risco de ter problemas com os participantes e preferimos anular a corrida".
Apesar da mobilização de emergência e o anuncio da distribuição de um milhão de refeições às populações vulneráveis, a frustração é intensa nas áreas mais afetadas, como Staten Island.
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As críticas atingem especialmente os fornecedores de eletricidade, que lutam para restabelecer milhares de linhas derrubadas pelos ventos ou varridas pelas inundações. Sem eletricidade, a água não chega aos arranha-céus, o aquecimento falta e as linhas do metrô continuam sem funcionar nos bairros afetados.
A Con Edison, principal distribuidora de eletricidade de Nova York, informou no final da tarde desta sexta-feira o restabelecimento da energia para 65 mil clientes do sul de Manhattan.
Segundo a companhia, a luz voltou aos bairros de East Village e Lower East Side, mas o apagão persiste em 400 mil residências, sendo 160.000 no sul de Manhattan.
[SAIBAMAIS]A Con Edison admite que a volta da energia elétrica a certas áreas da cidade, como Queens e Staten Island, pode tardar até 11 de novembro.
O fornecedor já reconectou mais de 400 mil clientes desde segunda-feira, com a ajuda de milhares de técnicos adicionais, por vezes, da Califórnia. Mas eles precisam trabalhar com segurança e com o maior cuidado, já que ainda existem milhares de fios no chão, 500 estradas bloqueadas em Nova York e milhares de subsolos de edifícios em Manhattan, inundados.
O governador Andrew Cuomo não mediu palavras na noite quinta-feira ao dizer aos fornecedores: "as promessas não são suficientes, precisamos de resultados". Ele também alertou os comerciantes a não procurar tirar partido da situação para aumentar seus preços.
Táxis sem gasolina
Quanto ao transporte, os ônibus circulam normalmente e o metrô e trens suburbanos retomam os serviços de forma gradual, com a reabertura nesta sexta-feira das linhas para Long Island (leste) e os subúrbios do norte.
Mas o metrô, que normalmente transporta 5,5 milhões de passageiros por dia, não passa da 34th Street, e o sul de Manhattan continua sem eletricidade.
Para reduzir o congestionamento, a polícia controlará estritamente um "esquema de carona" obrigatório (pelo menos três pessoas por veículo) nas pontes que levam a Manhattan: um policial verifica no interior do veículo se o número de passageiros é o mínimo necessário, caso contrário o carro é desviado.
A New York Taxi Commission, que gere a frota de milhares de táxis em Nova York, advertiu que devido à falta de combustível, os famosos táxis amarelos são menos numerosos nas ruas nesta sexta-feira.
O problema número um ainda é encontrar combustível, especialmente nos subúrbios e em pequenas cidades de Nova Jersey, onde não se pode viver sem um carro. A paciência dos motoristas, que chegam a enfrentar três horas de fila para encher seu tanque ou recipiente para seu gerador, está acabando e há relatos de confrontos e tentativas de furto.
Em Nova Jersey, onde Sandy provocou enormes estragos, a falta de eletricidade ainda atinge 1,5 milhão de pessoas, com um saldo de 14 pessoas mortas.
As autoridades locais advertem o perigo do uso de geradores: cinco pessoas morreram desde segunda-feira, envenenados por monóxido de carbono.