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Manifestação no Cairo pede por islamização da Constituição egípcia

Cairo - Centenas de simpatizantes do movimento salafista manifestaram nesta sexta-feira no Cairo para exigir uma referência à sharia (lei islâmica) na futura Constituição egípcia, cuja elaboração gera fortes tensões políticas. O número de participantes (500) neste protesto foi limitado porque as principais organizações salafistas decidiram adiar a convocação da manifestação para uma data posterior, constatou a AFP.

Os fundamentalistas exigem que a próxima Constituição tenha como base a legislação e os "preceitos da sharia", uma visão fortemente criticada por círculos liberais e laicos.

A Constituição em vigor durante o regime do deposto Hosni Mubarak, suspensa no ano passado, limitava-se a fazer uma referência aos princípios da lei islâmica como a fonte principal da legislação, uma abordagem mais flexível.



As discordâncias giram em torno de temas diversos, tais como o estatuto da mulher, as convenções internacionais sobre os direitos Humanos e o papel da instituição teológica sunita Al Azhar.

A Irmandade Muçulmana, principal movimento político do país e da qual faz parte o presidente Mohamed Mursi, prometeu recentemente qua a Constituição fará referência à sharia, mas em termos aceitáveis para os dois campos: salafistas e liberais.

O processo de elaboração da Constituição começou há vários meses, mas está sujeito à incerteza devido a um recurso judicial sobre a composição da comissão constituinte, considerada favorável demais aos islamitas.