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Nova York desperta sem luz, transporte e isolada nesta terça-feira

Nova York - Nova York despertou nesta terça-feira (30/10) do pesadelo provocado pela passagem da supertempestade Sandy como uma cidade fantasma, com grande parte de Manhattan sem luz, os transportes públicos suspensos e várias de suas pontes e túneis fechados.

Sandy, que soprou com ventos de até 150 km/h na segunda-feira à noite quando atingiu a costa leste dos Estados Unidos, deixou um saldo provisório de dez mortos em Nova York, segundo o prefeito Michael Bloomberg.

O panorama em uma das cidades mais vibrantes do mundo era desolador no início desta manhã, com as ruas desertas, com exceção dos veículos da polícia garantindo a segurança, constatou a AFP.

Galhos e às vezes até árvores quase inteiras jaziam em ruas muito transitadas, como a Sexta Avenida, enquanto em áreas comerciais, como Union Square ou Grand Central, as lojas estavam fechadas.

Em Manhattan, a parte mais atingida era ao sul da rua 40, a partir da qual dezenas de milhares de lares não tinham eletricidade.

Na manhã desta terça-feira, dois milhões de clientes estavam às escuras em Nova York, indicou o departamento de Energia, que ressaltou que no país inteiro este número chegava a oito milhões.

O presidente do distrito de Manhattan, Scott Stringer, afirmou que era necessário restabelecer a eletricidade o quanto antes, mas admitiu que "tudo isto vai levar tempo". "Vão ser duas semanas muito longas", sustentou.

Já o transporte público - elemento vital para os 8,2 milhões de nova-iorquinos - estava interrompido desde a noite de domingo e, segundo o prefeito de Nova York, a previsão é que a maioria dos ônibus volte a circular na quarta-feira.

O presidente da Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA), Joseph Lotha, disse nesta terça-feira de manhã que, para o sistema de transporte, se tratava "de longe do acontecimento mais devastador já vivido" na cidade.

A água do mar se infiltrou nos corredores e túneis do metrô, superando em algumas ocasiões o nível das plataformas, explicou Lotha à rede de televisão NY1.

[SAIBAMAIS] Manhattan também estava praticamente incomunicável com o resto da região, e a situação só começou a melhorar nesta terça-feira, quando três pontes que unem Manhattan com Brooklyn (Brooklyn, Manhattan e Williamsburg, todas sobre o East River) foram reabertas.

Pelo segundo dia consecutivo, as escolas estavam fechadas, assim como a Bolsa de Nova York.

Fiéis as suas idiossincrasias, os nova-iorquinos reagiam com calma diante da adversidade.

Tommy Flynn, um fotógrafo de 57 anos que vive no bairro de Tribeca, no sul de Manhattan, se mostrava filosófico e disposto a ter paciência e ficar em casa, apesar de não ter eletricidade.

"Com minha namorada preparamos provisões de água, alimentos não perecíveis, pilhas, lanterna, chocolate. Além disso não temos para onde ir", explicou.

Kyle Kaminski, de 25 anos, também iria passar o dia em casa diante da impossibilidade de trabalhar em seu escritório, embora pensasse em realizar um trajeto ao centro da cidade para tentar comprar suprimentos.

"Vivo a seis ruas daqui. Não temos nem luz, nem água corrente porque tudo depende da eletricidade", afirmou este analista do setor imobiliário comercial oriundo do Wisconsin (centro-oeste dos Estados Unidos) e em Nova York há oito meses.

Em Battery Park, no extremo sul, onde a inundação começou na segunda-feira à noite, no pior momento da tempestade, um recorde com 4,15 metros acima do normal, ainda podiam ser observadas algumas regiões inundadas, embora a água tenha baixado quase por completo.