Argel - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fez na quinta-feira (1;/11) uma breve visita à Argélia para tentar conseguir do presidente Abdelaziz Buteflika seu apoio para uma eventual intervenção militar internacional no norte da vizinha Mali, para expulsar os islamitas.
"Enquanto Estado mais poderoso do Sahel, a Argélia se converteu num interlocutor crucial para ocupar-se da AQMI (Al-Qaeda no Magreb Islâmico)", explicou uma fonte do departamento de Estado americano abordo do avião de Hillary. A Argélia, que a princípio era hostil a uma intervenção militar internacional em Mali e contrária a qualquer presença estrangeira em sua zona de influência, recentemente mudou de posição pelo temor de uma desestabilização de seu território, onde vivem 50.000 tuaregs.
Desde abril, os insurgentes armados do AQMI e seus aliados tuaregs de Ansar Dine, além do grupo islamita MUJAO, ocupam o norte do Mali, impondo a sharia (lei islâmica) e uma divisão desse país com fronteira de 1.400 km com a Argélia. Em 12 de outubro, a comunidade internacional, através do Conselho de Segurança da ONU, adotou uma resolução preparando a intervenção em Mali de uma força internacional de 3.000 homens. O Conselho deu à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) um prazo até 26 de novembro para definir seus planos.
[SAIBAMAIS]Dotada de um poderoso exército, a Argélia dispõe de uma experiência inegável na luta contra o terrorismo por ter combatido durante dez anos o Grupo Islâmico Armado (GIA) do qual a AQMI se oriunda, e de uma influência sobre os tuaregs por ter facilitado em várias ocasiões conversações entre o Estado maliense e os rebeldes.
Muito prudente sobre a visita de Hillary, o ministério argelino das Relações Exteriores limitou-se a anunciar entrevistas sobre "a associação econômica e de segurança entre os dois países, assim como sobre as questões da atualidade regional e internacional".