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Opositor russo Serguei Udaltsov é acusado de organizar protestos em massa

Moscou - O opositor russo Serguei Udaltsov foi indiciado nesta sexta-feira (26/10) por "organizar distúrbios em massa", uma acusação que pode resultar em uma condenação de até 10 anos de confinamento em um campo de prisioneiros e que o réu considerou uma armação.

"Serguei Udaltsov foi indiciado e não admite ser culpado", afirmou o representante do comitê de investigação Vladimir Markin, citado pela agência Ria Novosti. O opositor foi proibido de deixar Moscou, onde reside. Uudaltsov, um dos líderes dos protestos contra o presidente Vladimir Putin, compareceu nesta sexta-feira a uma audiência do comitê. "Este é um caso de tortura, um assunto vergonhoso. Eu não sou culpado. Entro orgulhoso e com a cabeça erguida", disse aos jornalistas.

Em 17 de outubro, o governo anunciou a abertura de uma investigação contra Udaltsov com base em um vídeo do canal pró-Kremlin NTV. De acordo com imagens obtidas com uma câmera oculta, a emissora informou que opositores, entre eles Udaltsov, se preparavam para derrubar o governo pela força. A casa de Udaltsov foi revistada e ele foi interrogado pelo comitê, que o deixou em liberdade na ocasião, mas proibiu sua saída de Moscou. Vários parentes de Udaltsov também foram acusados, incluindo Konstantin Lebedev e Leonid Razvozkhaev, ambos em prisão preventiva.

O caso de Razvozkhaev chamou a atenção internacional. Este opositor, membro da Frente de Esquerda, afirmou ter sido sequestrado na Ucrânia e levado à força para a Rússia, onde foi detido. Razvozkhaev disse a defensores dos direitos humanos que admitiu culpa sob tortura e afirma que sua família foi ameaçada de morte. Seu advogado, Mark Feiguin, disse que Razvozkhaev impugnará formalmente seu testemunho desta sexta-feira e pedirá uma investigação sobre seu "sequestro" em Kiev.

[SAIBAMAIS]O opositor convocou outros quatro advogados para defendê-lo, segundo as agências de notícias russas. Na véspera, Washington e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) expressaram sua preocupação com o destino de Razvozkhaev. O vídeo do canal NTV, difundido em meados de outubro, foi criticado pela oposição russa, que alega invenção de acusações para perseguir os críticos do regime.



Segundo os opositores, a multiplicação de investigações, como a realizada contra o famos blogueiro anticorrupção Alexei Navalny, dentro de um processo em que rejeitou as acusações de malversação de fundos, reflete uma nova etapa do endurecimento do regime de Putin desde seu retorno ao Kremlin em maio. Representantes da oposição convocaram no Facebook um protesto para sábado, em Moscou, sob o lema "Somos contra a repressão e a tortura", em apoio aos militantes detidos.