Los Angeles - Um argelino da rede islamita Al Qaeda foi condenado essa quarta-feira (24/10) a 37 anos de prisão pela tentativa frustrada de explodir uma bomba, em 1999, no aeroporto internacional de Los Angeles, um dos mais movimentados do mundo, informaram fontes judiciais.
Ahmed Ressam, atualmente com 45 anos, foi detido em novembro de 1999 ao entrar nos Estados Unidos procedente do Canadá em um carro cheio de explosivos que, segundo a promotoria, ele planejava detonar no aeroporto de Los Angeles em um ataque espetacular coincidente com o fim do milênio.
Em abril de 2011, ele foi considerado culpado, mas sua sentença a 22 anos de prisão foi anulada em apelação - duas vezes, em 2007 e 2010 - porque a promotoria a considerava branda demais.
Esta quarta-feira, o juiz John Coughenour, de uma Corte Federal em Seattle (Washington, noroeste), condenou Ressam a 37 anos de prisão, uma pena bem inferior à de 65 anos pedida pela promotoria.
O juiz destacou a cooperação inicial de Ressam com a promotoria, quando depôs contra seu colega na conspiração, Mokhtar Haouari, e quando identificou em uma fotografia o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, Zacarias Mousoui.
"Muitos de nós, no governo federal, pensamos que Ressam ainda representa uma ameaça e que não devia nunca ser posto em liberdade. Mas o medo não pode ser, nem nunca foi, a medida para que um juiz determine uma sentença federal", disse o juiz. "O tribunal está impondo uma sentença que é suficiente, mas não maior que a necessária", disse.
A mala cheia de explosivos transportada pelo "atacante do milênio", como o apelidou a imprensa americana, foi interceptada por um agente da alfândega na fronteira, alertado pelo nervosismo de Ressam.
Membro da rede liderada pelo falecido Osama Bin Laden, Ressan se tornou após sua detenção em uma importante fonte de informação para as polícias britânica, americana, canadense e alemã. Em 2003, deixou de colaborar com a justiça e agora afirma que era "mentalmente incompetente" quando forneceu informação.