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Falta de higiene em empresa provoca epidemia mortal de meningite nos EUA

Washington - A empresa farmacêutica que produzia injeções de esteroides contaminadas, ligadas a uma epidemia mortal de meningite nos Estados Unidos, apresentava graves problemas de higiene, indicaram nesta quarta-feira (24/10) as autoridades sanitárias de Massachusetts, nordeste do país.

"Os investigadores descobriram que os processos de esterilização da empresa de preparação de fármacos New England Compounding Center (NECC) não eram realizados seguindo as normas" existentes, explicou Madeleine Biondolillo, chefe do Departamento de Saúde de Massachusetts.

Os registros mostram que a NECC não esterilizava sistematicamente os produtos durante o tempo mínimo necessário e não verificava de forma regular o bom funcionamento e a manutenção dos equipamentos, em particular os de esterilização, indicou em uma entrevista coletiva à imprensa.

Além disso, Biondolillo ressaltou que a NECC havia despachado os lotes de esteroides suspeitos de estarem contaminados antes mesmo de ter obtido os resultados de seus testes confirmando que as injeções estavam bem esterilizadas.

"O medicamento era enviado até 11 dias antes de os resultados serem recebidos", ressaltou.

O foco sem precedentes de meningite fúngica ligado às injeções contaminadas causou até o momento a morte de 23 pessoas.

Biondolillo também afirmou que, no começo de outubro, os investigadores encontraram partículas negras em várias das ampolas que continham esteroides que foram reenviadas à NECC depois da ordem para que retirasse todos os seus produtos, ou seja, 17.000 doses em 23 estados.

Mas "os resultados desta investigação são ainda preliminares e, no momento, não tem como objetivo identificar de forma conclusiva a causa desta epidemia", disse Biondolillo.

[SAIBAMAIS] Além disso, o Departamento americano de Justiça confirmou em 16 de outubro que havia iniciado uma investigação criminal, enquanto o Conselho de Farmacêuticos de Massachusetts caçou a licença profissional da NECC.

A empresa encerrou suas atividades e demitiu a maior parte de seus funcionários.

De acordo com o último registro das autoridades federais divulgado terça-feira, os casos de meningite fúngica já afetam 300 pessoas.

Mais de 14.000 pessoas em 23 estados podem ter recebido as injeções contaminadas, inicialmente destinadas a tratar de dores nas costas, segundo dados da Agência de Alimentação e de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, siglas em inglês).