Gaza - Grupos armados palestinos de Gaza dispararam nesta quarta-feira (24/10) dezenas de foguetes contra Israel e o Exército hebreu bombardeou o território, em uma espiral de violência que deixou quatro palestinos mortos e três trabalhadores tailandeses feridos no sul de Israel.
A demonstração de força começou na terça-feira à noite, pouco depois da visita à Faixa de Gaza do emir do Qatar, xeque Hamad ben Khalifa al Thani, a primeira de um chefe de Estado desde que o Hamas assumiu o controle do território palestino em 2007. Os palestinos de Gaza lançaram mais de 60 foguetes contra o sul de Israel e deixaram três feridos, dois deles em estado grave.
Na manhã desta quarta-feira, uma nova operação da aviação israelense na Faixa de Gaza provocou a morte de um palestino de 23 anos, Mohamed al-Sheikh, que pertencia ao braço armado dos Comitês de Resistência Popular (CRP). Yusef Abu Jalhum, 28 anos, que havia sido ferido à noite durante uma incursão aérea israelense, não resistiu e elevou a quatro o número de mortos. Dez pessoas ficaram feridas nos ataques, incluindo uma criança, segundo fontes médicas palestinas.
Jalhum integrava as Brigadas Ezzedin al-Qasam, braço armado do Hamas, assim como os dois palestinos que morreram durante a noite. As Brigadas Ezzedin al Qasam e os CRP reivindicaram em um comunicado conjunto os disparos de foguetes "para vingar" os combatentes assassinados. Um foguete feriu três imigrantes tailandeses que trabalhavam em uma granja, segundo a rádio pública. Uma casa foi atingida por outro projétil.
[SAIBAMAIS]A aviação israelense executou novas operações nesta quarta-feira ao norte da Faixa de Gaza, contra uma área de lançamento de foguetes e um túnel. Tanques também dispararam contra "objetivos terroristas", segundo uma fonte militar. Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas, atribuiu a Israel a responsabilidade pela violência ao afirmar que "a ocupação é responsável por cada gota de sangue nesta escalada da agressão".
O vice-ministro israelense de Assuntos Exteriores, Danny Ayalon, criticou a visita do xeque Hamad a Gaza. "Esta visita é muito grave, pois aprofunda a fratura no mundo árabe e constitui uma grosseira interferência nos assuntos internos palestinos", declarou Ayalon. "Israel deve reforçar sua dissuasão contra o Hamas, inclusive enfrentando os chefes desta organização terrorista ou ameaçando desestabilizar o poder do Hamas na Faixa de Gaza", disse.