Kuwait - A polícia anti-distúrbios do Kuwait impediu neste domingo à noite (horário local) uma manifestação contra uma emenda da lei eleitoral e houve enfrentamentos durante a operação, informaram os organizadores e testemunhas. Os choques começaram quando a polícia interveio para impedir a concentração de opositores em três pontos distintos da capital e deteve várias pessoas, entre elas o ex-deputado islamita Walid al Tabtabai, informaram os organizadores no Twitter.
A polícia usou gases lacrimogêneos para dispersar a multidão. Em resposta, os organizadores convidaram as pessoas a se manifestar em outro bairro da cidade. Os opositores previam "a maior manifestação na história do Kuwait" para protestar contra a decisão das autoridades de fazer uma emenda na lei eleitoral, antes das eleições legislativas antecipadas de 1; de dezembro.
[SAIBAMAIS]A lei eleitoral, adotada em 2006 depois das manifestações organizadas pela oposição, divide o país em cinco circunscrições, cada uma das quais escolhe 10 deputados. Cada eleitor pode votar no máximo em quatro candidatos. A emenda proposta pelo governo quer reduzir o número de candidatos que cada pessoa pode eleger para um ou dois.
O emir, xeque Sabah al Ahmad al Sabah, ordenou na sexta-feira ao governo que fizesse a emenda à lei eleitoral, denunciada pela oposição como "uma declaração de guerra". Ele afirmou ter tomado a decisão para "proteger a unidade nacional", já que a divisão estabelecida contribuía para separar o Kuwait segundo critérios religiosos e tribais.
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Neste domingo, o emir se reuniu com chefes de tribos que, citados pela agência oficial Kuna, manifestaram seu apoio ao chefe de Estado após o encontro. As áreas tribais são redutos da oposição. O Kuwait, membro da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) e a primeira monarquia do Golfo a ter um parlamento eleito em 1962, sofre, desde 2006, crises políticas frequentes. A dinastia dos Al Sabah reina neste emirado há mais de 250 anos.