Bogotá - Ao menos duas pessoas morreram em um bombardeio das Forças Armadas efetuado na terça-feira (16/10) contra um acampamento da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na costa do Pacífico colombiana onde se encontrou um carregamento de droga, informou uma fonte oficial esta sexta-feira (19/10).
"Depois do bombardeio encontramos dois cadáveres no acampamento, mas é factível que possa haver mais gente enterrada por efeito das bombas", explicou Rodolfo Amaya, comandante da Força Naval do Pacífico da Armada (Marinha de guerra).
A Armada acredita que este acampamento, da companhia Ever Ortega da Frente 57 das Farc estava ocupado por 16 pessoas no momento do bombardeio.
O ataque foi divulgado um dia depois que o governo e as Farc, a guerrilha mais antiga do continente, lançaram oficialmente em Oslo uma nova tentativa de um processo de paz.
Sete fuzis, um lança-granadas, 16 granadas, material explosivo e 120 quilos de cocaína e maconha foram encontrados depois no local, situado no setor Cabo Marzo (estado de Chocó, norte), perto da fronteira com o Panamá.
"Esta descoberta demonstra plenamente a relação direta e perversa que as Farc mantêm com o narcotráfico", ressaltou Amaya. "As Farc não só usam o local para levar droga para o Panamá, como cobram de outras organizações por seu trânsito" de estorpecentes.
O governo da Colômbia acusa os rebeldes de cultivar folha de coca em territórios sob sua influência, de processar a droga em laboratórios e de fazer alianças com grupos criminosos colombianos e cartéis mexicanos para sua exploração.
A guerrilha assegura que cobra unicamente impostos de quem tira a folha de coca das áreas onde está presente.
A problemática das drogas ilegais é um dos pontos do processo de paz que a guerrilha e o governo vão começar a negociar em novembro em Cuba e que se desenvolverá sem que se decrete um fim das hostilidades no terreno.