Base dos EUA em Guantánamo - O autoproclamado mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, Khaled Sheikh Mohammed, disse nesta quarta-feira (17/10) ao tribunal militar em Guantánamo que o presidente dos Estados Unidos "pode assassinar legalmente em nome da segurança nacional".
O principal acusado dos atentados que causaram quase 3 mil mortos falou excepcionalmente no terceiro dia da audiência preparatória do julgamento, no qual pode ser condenado à morte. "O presidente (dos Estados Unidos) pode prender alguém e jogá-lo no mar em nome da segurança nacional", declarou Sheikh Mohammed sobre Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda, que foi morto por um comando americano no Paquistão e teve o corpo atirado ao mar no ano passado.
Mohammed, chamado de "KSM" por suas iniciais em inglês, foi autorizado a falar no tribunal militar, mas suas declarações passam por uma rápida revisão para evitar o vazamento de "informações sensíveis". O governo dos Estados Unidos teme que Mohammed - que entre 2002 e 2006 esteve detido em uma prisão secreta da CIA onde foi submetido a práticas similares à tortura - revele informações secretas.
Enquanto esteve em poder da CIA, KSM sofreu 183 simulações de afogamento, admitiu o próprio governo americano.
"O governo (dos Estados Unidos) está triste com a morte de 3 mil pessoas no 11 de Setembro", mas "matou milhões de pessoas em nome da segurança nacional", destacou Sheikh Mohammed.
"Vosso sangue não é feito de ouro e o nosso, de água", disse Sheikh Mohammed, considerado próximo a Bin Laden.