Diante dos impasses em torno da mobilização de recursos para a conservação biológica do planeta, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, anunciou que o governo de seu país reservou US$ 50 milhões para financiar ações para estancar a perda de espécies no mundo. O anúncio foi feito durante a sessão solene na 11; Conferência das Partes da Convenção de Diversidade Biológica, conhecida como COP11, diante de autoridades de mais de 100 países que participam do encontro.
Além de sinalizar o reforço do mecanismo institucional para a conservação da biodiversidade no país, o governo da Índia, que sedia o evento na cidade de Hyderabad, se comprometeu a ajudar outras nações emergentes e a trabalhar por um consenso sobre a diversidade biológica e o crescimento sustentável.
Há dois dias do fim da conferência, a definição de um orçamento com o compromisso das nações em injetar dinheiro para a conservação biológica no mundo continua sendo um dos principais divisores das negociações. Os efeitos da crise financeira mundial têm dificultado esse comprometimento por parte das economias desenvolvidas. Por outro lado, representantes de países em desenvolvimento alegam que, sem os recursos, será difícil cumprir os compromissos assumidos na COP10, em Nagoia, no Japão.
No ano passado, durante a COP10, negociadores de 192 países admitiram a necessidade de priorizar a conservação biológica e reservar recursos para cumprir metas que devem ser adaptadas internamente por cada país. Mesmo com o impasse provocado pela crise financeira mundial, observadores relatam que existe um movimento sobre o financiamento por meio de metas acordadas ou anúncios unilaterais.
Nessa terça-feira (16/10), ministros e representantes do Ministério de Meio Ambiente do Brasil, da Índia e da África do Sul , que integram o grupo denominado IBSA, se reuniram para alinhar o posicionamento dos três países nas negociações em andamento até sexta-feira (19).
Formado em junho de 2003, o Fórum de Diálogos do IBSA é um mecanismo de coordenação para promover a articulação conjunta entre os três países emergentes. A intenção é estabelecer opiniões e posicionamentos convergentes do Brasil, da Índia e da África do Sul em discussões globais em diferentes áreas.
Negociadores de mais de 192 países devem chegar ao final do encontro com pontos acordados sobre esses temas que vão orientar os próximos passos da Convenção da Diversidade Biológica das Nações Unidas e as estratégias para implantação do Plano Estratégico de Biodiversidade, que inclui as Metas de Aichi, até 2020, com 20 itens que foram estabelecidos para promover a proteção dos ecossistemas mundiais.
Outra expectativa em torno da conferência é o posicionamento dos países em relação a ratificação do Protocolo de Nagoia. Firmado em 2010, o documento objetiva a criação de unidades de conservação em todo o planeta.