Washington - Washington ignorou "reiterados pedidos" para reforçar a segurança no consulado dos Estados Unidos na cidade líbia de Benghazi antes do ataque que matou quatro funcionários americanos, afirmou nessa terça-feira (2/10) o republicano Darrell Issa, líder do Comitê de Supervisão e Reforma do Governo no Congresso.
"Múltiplas autoridades do governo federal dos Estados Unidos confirmaram neste Comitê que antes do ataque de 11 de setembro a missão americana na Líbia fez repetidos pedidos para o incremento da segurança em Benghazi, mas estes recursos foram negados por Washington", destacou Issa em carta enviada à secretária de Estado, Hillary Clinton.
[SAIBAMAIS]Issa disse que os distúrbios em Benghazi "foram a coroação de uma longa série de ataques contra diplomatas e funcionários ocidentais na Líbia, nos meses prévios ao 11 de setembro de 2012".
Hillary Clinton reagiu às declarações de Issa prometendo esclarecer as condições de segurança no consulado de Benghazi. "Ambos queremos o mesmo resultado: um inventário completo e preciso do que ocorreu e como evitar que aconteça novamente".
A secretária de Estado estabeleceu um prazo de 10 dias para a comissão do governo analisar as medidas de segurança em vigor no consulado de Benghazi no momento do ataque, se os procedimentos eram adequados e o que precisa ser feito para melhorar a segurança.
Logo após o ataque, que matou o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, e outros três funcionários, o governo de Barack Obama informou que a ação em Benghazi foi espontânea, provocada pela indignação diante do filme "A Inocência dos Muçulmanos", ofensivo ao Islã.
Mas semanas depois, Washington descreveu o incidente como um ato terrorista vinculado à Al-Qaeda, alimentando as acusações republicanas de que o governo mudou sua versão para poupar o presidente Obama de uma falha na segurança nacional, em meio à campanha eleitoral.
O senador republicano e ex-candidato à presidência dos Estados Unidos John McCain disse recentemente que "era ignorância voluntária ou inteligência ;abismal; pensar que pessoas realizam manifestações espontâneas com armas e foguetes, deflagrando tiroteios que duram horas".
Três semanas após o ataque, as autoridades líbias informaram que uma equipe do FBI chegará a Benghazi para trabalhar com a polícia local sobre o incidente no consulado americano.
"Estamos ajustando tudo para a visita da equipe do FBI a Benghazi e seu encontro com nosso pessoal para iniciar as investigações...", informou o vice-chanceler da Líbia, Mohammed Abdel Aziz.