Genebra - O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) informou nesta quinta-feira (27/9) que o número de refugiados sírios pode superar 700.000 ao fim do ano, contra 300.000 atualmente.
Diante da situação, as agências humanitárias da ONU revisaram em alta as necessidades, que chegam a 487,9 milhões de dólares, para poder ajudar os refugiados. Estes recursos permitirão a assistência até o fim do ano, afirmou em uma entrevista coletiva o coordenador para os refugiados sírios do ACNUR, Panos Moumtzis. "As pessoas que se registraram, cerca de 300.000, são pessoas que fugiram recentemente do conflito", disse Moumtzis.
Em março, o ACNUR registrou 41.500 refugiados sírios e esperava que até o fim do ano o número alcançasse 100.000, mas a cifra foi superada em julho. Atualmente, a ONU trabalha com a projeção de 700.000 refugiados, em consequência da situação no país. De acordo com Moumtzis, o ACNUR constata que muitos refugiados sírios, que haviam fugido em um primeiro momento aos países vizinhos sem passar pelo registro nas agências humanitárias, decidiram agora solicitar ajuda.
O Alto Comissariado acredita que entre 2.000 e 3.000 refugiados chegam a cada dia a países vizinhos como Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque. Mulheres e crianças constituem 75% dos refugiados. No campo de batalha, as forças do regime sírio atacavam nesta quinta-feira os redutos rebeldes. Pelo menos 305 pessoas morreram na quarta-feira em atos de violência na Síria, o maior balanço de vítimas para um único dia em 18 meses de conflito, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
[SAIBAMAIS]"É o balanço mais grave registrado em apenas um dia, desde março de 2001. Isto levando em consideração apenas as pessoas identificadas. Caso sejam contabilizados os corpos encontrados e não identificados, o balanço seria ainda mais elevado", declarou o presidente do OSDH, Rami Abdel Rahman. "O que mais o mundo precisa para decidir ajudar o povo sírio? Há centenas de mortos a cada dia", completou.
Entre os 305 mortos figuram 199 civis, segundo o OSDH, que tem sede na Grã-Bretanha e conta com uma ampla rede de militantes e médicos na Síria como fontes. O segundo balanço de vítimas mais elevado para apenas um dia havia sido registrado em 19 de julho, quando morreram 302 pessoas. Nesta quinta-feira, homens armados atacaram um oleoduto na região de Hasaka, nordeste da Síria, e sequestraram o diretor da estação de bombeamento da unidade. O ataque ao oleoduto de Um Madfaa, sul de Hasaka, provocou um grande incêndio. Hasaka é a principal região petroleira da Síria, ao lado da vizinha Deir Ezor