Nova York - O filme anti-islâmico que provocou violentas manifestações no mundo muçulmano é "escandaloso e vergonhoso", declarou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
A liberdade de expressão é um direito "inalienável" que deve ser protegido, com a condição de que não ofenda as crenças e os valores dos demais, afirmou Ban a jornalistas na sede das Nações Unidas em Nova York. "Quando alguns usam esta liberdade de expressão para provocar ou humilhar outras pessoas em seus valores e crenças, então não pode ser protegida da mesma forma", completou.
[SAIBAMAIS]"A liberdade de expressão, que é um direito fundamental e um privilégio, não pode ser usado de forma abusiva, por um ato tão escandaloso e vergonhoso", concluiu, ao comentar o filme "Inocência dos Muçulmanos". O filme amador de baixo orçamento, produzido nos Estados Unidos e que teve trechos divulgados na internet, pretende contar a vida do profeta Maomé e apresenta os muçulmanos como imorais e violentos.
As cenas divulgadas provocaram manifestações no mundo árabe-muçulmano, que deixaram dezenas de mortos desde a semana passada. Também surgiram temores de novas manifestações violentas após a publicação, quarta-feira, de charges de Maomé na revista satírica francesa Charlie Hebdo.