Tóquio - As três principais montadoras japonesas de veículos - Toyota, Nissan e Honda - suspenderam nessa terça-feira (17/9) parte de sua produção na China diante dos protestos contra o Japão envolvendo uma disputa territorial.
A Toyota informou que paralisou parte de sua produção, a Nissan suspendeu o trabalho em duas das três fábricas na China e a Honda parou suas cinco unidades no país para garantir a segurança de seus funcionários. As empresas japonesas Panosonic e Canon já haviam decidido suspender as operações em suas fábricas na China diante dos protestos antinipônicos provocados pela disputa do arquipélago.
Um porta-voz da Toyota disse à AFP que "a segurança dos funcionários é a principal prioridade". "Certas fábricas e certas concessionárias vão funcionar hoje, mas outras não. Cada uma tomará a decisão em função da situação". Segundo o porta-voz, certas concessionárias da Toyota sofreram "danos" nas manifestações antijaponesas dos últimos dias.
[SAIBAMAIS]A Toyota emprega quase 26 mil pessoas e fabrica cerca de 800 mil veículos a cada ano na China, tendo uma rede de 860 concessionárias no país. A Nissan decidiu suspender sua produção nas unidades de Guangzhu (província de Guangdong) e Zhengzhu (Henan), mas manteve a atividade em Xiangyang (Hubei), revelou um porta-voz do grupo, que fabricou 1.198.000 veículos na China em 2011.
A Honda decidiu fechar todas as suas cinco fábricas na China nos próximos dois dias. "Podemos fabricar estes automóveis, mas estamos preocupados com a entrega dos veículos nas concessionárias", explicou o porta-voz do grupo, que produz 970.000 carros a cada ano na China. Japão e China disputam as ilhas Senkaku (Diaoyu para os chineses), no Mar da China Oriental, centro do conflito territorial entre os dois países.
O arquipélago desabitado, situado 200 km a nordeste de Taiwan e a 400 km a oeste da ilha de Okinawa, no sul do Japão, é controlado pelos japoneses e reivindicado pela China. A disputa ganhou força na semana passada, quando o governo japonês anunciou a compra das três ilhas e a consequente nacionalização. A China respondeu com o envio de navios de guerra para patrulhar a área.
Na segunda-feira, a embaixada japonesa em Pequim foi protegida por centenas de policiais, em resposta aos pedidos do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, que exigiu da China a garantia da segurança de seus cidadãos e de seus interesses econômicos.