O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, classificou hoje (5) como sendo ;inoperância;as articulações do chamado Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) em busca da paz na região. Patriota criticou ainda o que considera ;silêncio; do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o agravamento da crise na Síria. Segundo ele, há na Síria um cenário de ;guerra civil;.
;Há uma inoperância do Quarteto. Mas apenas denunciar o imobilismo não é suficiente. Temos de fazer esforços. [Também é relevante o] silêncio do Conselho de Segurança sobre essas questões [inclusive o agravamento da onda de violência na Síria];, disse Patriota, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
O chanceler disse ainda que as mudanças políticas no Oriente Médio estão entre as preocupações da política externa brasileira. De acordo com ele, no próximo dia 28, chega ao Brasil o novo presidente do Egito, Mohammed Morsi. O egípcio escolheu o Brasil como primeiro país das Américas a ser visitado por ele. ;É um líder que traz uma nova visão do que pode ser o Egito redemocratizado;, disse.
Porém, a atenção das autoridades, segundo Patriota, estão direcionadas para a crise na Síria. O chanceler define a onda de violência no país como sendo uma guerra civil. ;Observamos uma verdadeira guerra civil, como a própria Cruz Vermelha classifica, são 25 mil mortos e 250 mil feridos;, disse ele, lembrando que há 18 meses o país vive sob confrontos.
[SAIBAMAIS] O ministro acrescentou que o governo brasileiro mantém o apoio ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, assim como para os cidadãos que têm dupla nacionalidade (brasileira e síria). ;O tratamento da questão síria tem representado um desafio para a ONU [Organização das Nações Unidas];, disse ele, reiterando que China e Rússia resistem às medidas que julgam drásticas em relação ao governo da Síria.
No começo desta semana, Patriota conversou com o enviado especial da Liga Árabe e das Nações Unidas à Síria, Lakhdar Brahimi. O chanceler reiterou a defesa pela retomada do plano de paz, negociado pelo ex-enviado Kofi Annan, estabelecendo um cessar-fogo imediato, o fim dos conflitos e espaço para a atuação das agências humanitárias.