O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, descartou nesta quarta-feira (5/9) ameaças às operações econômicas e comerciais feitas pelo Paraguai com o Mercosul devido à suspensão do país do bloco. O chanceler disse também que a medida não prejudica a população paraguaia. Patriota reiterou que a decisão foi motivada pela forma como o então presidente paraguaio Fernando Lugo foi destituído do poder, em 22 de junho, por meio de um impeachment. ;A decisão de suspensão não afeta os interesses do povo paraguaio nem os benefícios do Paraguai, como parceiro e beneficiário do Mercosul;, disse Patriota, que participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara. ;A amizade que o Brasil tem com o Paraguai não se vê abatida.;
O chanceler acrescentou que o país ainda é uma das prioridades da política externa do Brasil. ;O Paraguai continuará a ser um vizinho e um parceiro [de destaque]. A centralidade do Paraguai não precisa ser sublinhada;, disse. ;Todas as decisões foram alcançadas com consenso, não houve vozes que se opusessem. [O presidente Lugo foi destituído] sem direito a legítima defesa, em um rito sumaríssimo. Não houve voz que se distanciasse dessa avaliação.;
[SAIBAMAIS] Segundo Patriota, a expectativa do governo da presidenta Dilma Rousseff é que o Paraguai retome o processo considerado democrático. ;O nosso desejo é que essa situação dure o mais breve possível. Em favor da prosperidade, democracia e democracia com distribuição de renda e justiça social;, ressaltou.
Em junho, os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) disseram que Lugo não teve tempo o suficiente para se defender durante o processo de impeachment, que durou menos de 24 horas. Os governos do Brasil, da Argentina e do Uruguai decidiram ainda pela suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Até 21 de abril de 2013, quando estão marcadas as eleições presidenciais no Paraguai, o país ficará suspenso do Mercosul e da Unasul. Na avaliação dos líderes, a suspensão é uma punição pelo rompimento da ordem democrática. As autoridades paraguaias, entretanto, negam irregularidades.