Damasco - O presidente sírio Bashar al-Assad declarou nesta terça-feira (4/9) que apoia a ação da Cruz Vermelha Internacional, enquanto ela permanecer "imparcial", ao receber em Damasco o chefe da organização, que exige um melhor acesso às centenas de milhares de pessoas afetadas pela guerra.
No campo de batalha, a violência continua com os combates entre soldados e rebeldes em várias frentes, em Aleppo (norte), Hama, Homs (centro), Idleb (noroeste), Deraa (sul) e Damasco, e com os bombardeios das forças do regime contra redutos insurgentes, segundo militantes.
Pelo menos 36 pessoas, incluindo 17 civis, 12 soldados e sete rebeldes, morreram, de acordo com um levantamento provisório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), no dia seguinte à morte de 153 pessoas, em sua maioria civis. Além das dezenas de vítimas mortais todos os dias, mais de 100.000 sírios fugiram do país em agosto para se refugiar em países vizinhos.
"Este é o número mensal mais elevado desde o início do conflito", em março de 2011, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Genebra. No total, cerca de 235.000 sírios deixaram a Síria e 1,2 milhão migraram para outras regiões do país, onde estão alojados em edifícios públicos como escolas, desde o início da crise desencadeada por uma contestação pacífica que se transformou em uma revolta armada contra a repressão.
Por falta de um consenso sobre uma solução para o conflito, a comunidade internacional se concentra sobre a assistência humanitária neste país devastado por quase 18 meses de conflito. Em uma reunião em Damasco, Assad disse ao novo presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, que ele "apoia as operações humanitárias realizadas pelo Comitê no terreno, enquanto elas permaneceram independentes e imparciais", segundo a imprensa estatal.
[SAIBAMAIS]Desde o início do ano, o CICV e o Crescente Vermelho distribuíram ajuda a mais de 800.000 pessoas, a maioria deslocados, e garantiu o fornecimento de água potável, em quantidade suficiente, para mais de um milhão pessoas. Mas desde então, a situação piorou e o número de pessoas que necessitam de assistência tem aumentado. Os bairros rebeldes de Aleppo, alvo de bombardeios incessantes, vive uma verdadeira escassez de alimentos, segundo um militante local. "Se o regime pudesse nos privar do ar, ele o faria", afirmou.
"O regime impede que os produtos alimentares cheguem aos bairros libertados (sob o controle rebelde). Os habitantes são obrigados a contrabandear os produtos", afirmou. "Você tem que ir a várias mercearias e supermercados antes de encontrar o que quer: ovos, iogurte, arroz, leite. Esses produtos são praticamente inexistentes, os mercados estão quase vazios", disse. "É uma verdadeira prisão, uma punição coletiva. Se o regime pudesse nos privar do ar, ele o faria".
Violência não dá trégua
No campo de batalha, a violência continua com os combates entre soldados e rebeldes em várias frentes, em Aleppo (norte), Hama, Homs (centro), Idleb (noroeste), Deraa (sul) e Damasco, e com os bombardeios das forças do regime contra redutos insurgentes, segundo militantes. Pelo menos 36 pessoas, incluindo 17 civis, 12 soldados e sete rebeldes, morreram, de acordo com um levantamento provisório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), no dia seguinte à morte de 153 pessoas, em sua maioria civis.
Um dia antes, o general no comando das operações militares no oeste de Aleppo disse que as tropas regulares retomariam o controle da cidade "dentro de 10 dias". Após a retomada do bairro estratégico de Salaheddine e dos arredores de Seif al-Dawla, os oficiais no local disseram que seria fácil conquistar Aleppo. Mas de acordo com o presidente do OSDH, Rami Abdel Rahman, "não há nenhum controle claro" para nenhum dos lados. Em quase 18 meses de revolta, mais de 26.000 pessoas foram mortas de acordo com o OSDH.
Além das dezenas de vítimas mortais todos os dias, mais de 100.000 sírios fugiram do país em agosto para se refugiar em países vizinhos. "Este é o número mensal mais elevado desde o início do conflito", em março de 2011, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Genebra. No total, cerca de 235.000 sírios deixaram a Síria e 1,2 milhão migraram para outras regiões do país, onde estão alojados em edifícios públicos como escolas, desde o início da crise desencadeada por uma contestação pacífica que se transformou em uma revolta armada contra a repressão.