Damasco - As forças do regime bombardearam nesta segunda-feira (3/9) a cidade rebelde de Aleppo, no norte da Síria, matando pelo menos 18 pessoas que estavam refugiadas em um edifício, enquanto outras cincos pessoas morreram em um atentado no subúrbio de Damasco.
Em Jaramana, sudoeste de Damasco, de maioria cristã e favorável ao regime do presidente Bashar al-Assad, "uma bomba colocada em um carro por um grupo terrorista explodiu no bairro de Al-Wahda", indicou a agência oficial Sana. Em 28 de agosto, 27 pessoas morreram em Jaramana em um atentado parecido no funeral de partidários do regime.
"Há um aumento dos atentados com carros bomba na Síria", declarou Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Nos bairros favoráveis a Assad estão sendo formados comitês populares de autodefesa, acrescentou o diretor do OSDH. "Isso quer dizer que o regime perdeu o controle porque já não pode defender seus próprios partidários", disse Rahman.
Na periferia de Mazzé, bairro residencial no oeste de Damasco, as forças do regime continuam com sua campanha de destruição de casas e comércios. Eles obrigaram os moradores a pintarem as paredes de suas casas para tapar as frases de protesto contra Assad, indicou a mesma fonte.
Nesta manhã, a Força Aérea atacou Aleppo e a cidade de Al-Bab, retaguarda dos rebeldes que há seis semanas travam uma batalha contra o Exército nesta região. Em Al-Bab, 18 pessoas morreram, incluindo dez homens, oito mulheres e duas crianças, informou o OSDH. "Dormíamos quando a primeira bomba explodiu. Corri para a porta e então fomos atingidos pela segunda explosão", declarou um habitante local. "Minha mãe, meu pai, minha avó e minha irmã morreram", acrescentou chorando.
[SAIBAMAIS]Em Aleppo, foi possível avistar dez corpos -um homem, uma mulher e oito crianças- sendo levados para um hospital civil. Segundo os vizinhos, os corpos pertenciam a membros de uma família que morreu nos bombardeios. No início desta tarde, cerca de 52 pessoas haviam sido mortas em todo o país, segundo um registro provisório do OSDH. No domingo, 132 pessoas morreram, de acordo com a mesma fonte.
O novo mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse à BBC que sua missão é "quase impossível", após 17 meses de contestação popular que se militarizou. Ontem, um porta-voz do regime, Jihad Makdisi, alertou que o mediador internacional precisa "ouvir" os líderes sírios. Makdisi, que atribuiu à comunidade internacional "a responsabilidade" pelo prosseguimento da violência, acusou "os poderosos membros do Conselho de Segurança da ONU de querer desencorajar o diálogo" com a oposição.