Caracas - A Venezuela enviou uma comissão multidisciplinar a comunidades de índios ianomami que moram no estado do Amazonas (sul) para investigar a suposta matança de 80 destes aborígenes por garimpeiros ilegais brasileiros, informou o governo nesta sexta-feira (31/8).
Membros da promotoria, da polícia científica (CICPC) e das Forças Armadas "estão visitando neste momento as nove comunidades ianomamis" assentadas no município de Alto Orinoco, no Amazonas, na fronteira com o Brasil, para investigar a suposta matança, que foi denunciada na segunda-feira por organizações indígenas, informou o ministro do Interior, Tareck El Aissami, ao canal oficial VTV.
O encarregado afirmou que sete das nove comunidades já foram contatadas na quinta-feira pelas autoridades, através de um porta-voz ianomami, e se comprovou que não sofreram "nenhuma violência".
Mas nas outras duas restantes ainda "se desconhece se este fato ocorreu", devido a que "não há possibilidade de contato, nem por rádio, nem por telefone" porque ficam mais ao sul, acrescentou El Aissami, justificando que por isto foi enviada a comissão.
"Nós, imediatamente assim que as comissões retornarem (...), estaremos dando um informe oficial da visita", acrescentou.
[SAIBAMAIS]
Após receber denúncia, na segunda-feira, da Horonami Organização Yanomami (HOY), a promotoria iniciou na quarta-feira uma investigação de suposto massacre, que teria ocorrido em 5 de julho na comunidade ianomami Irotatheri.
A HOY denunciou à promotoria e a outros organismos que garimpeiros ilegais atiraram e lançaram explosivos de um helicóptero contra uma cabana, "onde aproximadamente 80 pessoas" viviam, disse à AFP seu secretário-executivo, Luis Ahiwei.