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Governo no exílio do Tibete recorre à comunidade internacional por imolaçõe

Nova Dhéli - O governo no exílio do Tibete pediu nesta quinta-feira (30/8) que a comunidade internacional pressione a China para "pôr fim à crise" após novas imolações com fogo de tibetanos, para protestar contra a repressão.

Dois adolescentes se imolaram no sudoeste da China nesta semana, elevando para mais de 50 o número de tibetanos que cometeram suicídio dessa forma, segundo organizações de defesa dos tibetanos.

A administração central tibetana (governo no exílio), cuja sede está na cidade de Dharamsala (norte da Índia), declarou em um comunicado que está "profundamente preocupada com a situação, que se deteriora no Tibete".

O governo no exílio pediu que "os governos estrangeiros exerçam sua influência para que a China se comprometa a acabar com a crise no Tibete, na próxima reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas".

"Pelo menos 51 tibetanos se imolaram com fogo para protestar contra a política de repressão do governo chinês", segundo o comunicado.

Lobsang Kalsang, de 18 anos, monge budista e Damchoek, de 17 anos, ex-monge, foram levados ao hospital, onde morreram em decorrência de suas queimaduras depois de terem ateado fogo aos seus corpos na cidade de Aba (província de Sichuan), um dos principais pontos de protestos contra as autoridades chinesas, informaram nesta terça-feira organizações de defesa dos tibetanos.



A China afirma ter "libertado pacificamente" o Tibete e que essa "libertação" melhorou a qualidade de vida de sua população, antes pobre e isolada.

Mas muitos tibetanos já não suportam o que consideram um domínio crescente dos Han, etnia fortemente majoritária na China, e o esmagamento de sua religião e de sua cultura.