Nova Délhi - O Supremo Tribunal da Índia confirmou nesta quarta-feira (29/8) a condenação à morte do único sobrevivente do grupo responsável pelos atentados de Mumbai de 2008, que deixaram 166 mortos e mais de 300 feridos.
"Não temos outra opção a não ser pronunciar a pena de morte", decidiram os dois juízes da principal autoridade judicial do país. "O delito mais grave é um ato de guerra contra o governo indiano", afirmam no veredicto. Mohamed Kasab, um paquistanês de 24 anos condenado à pena capital em maio de 2010 por assassinato, atos de guerra contra a Índia, conspiração e terrorismo, é o único acusado sobrevivente do comando terrorista. Os outros nove membros do grupo morreram na intervenção das forças de segurança.
A primeira apelação do réu ao tribunal do estado de Maharashtra foi rejeitada em fevereiro de 2011 pelo tribunal, que ratificou a culpa de Kasab nos atentados e a condenação à morte. Kasab, que alega não ter recebido um julgamento justo, poderá solicitar perdão ao novo chefe de Estado, Pranab Mukherjee, mas é pouco provável que tenha sucesso;
[SAIBAMAIS]Os ataques de Mumbai provocaram um forte impacto no país e são considerados o "11 de setembro da Índia". De 26 a 29 de novembro de 2008, 10 homens fortemente armados espalharam o terror em Mumbai, com ataques contra hotéis de luxo, um restaurante, a principal estação de trens e um centro judaico da cidade. Kasab foi considerado culpado pelo ataque contra a estação, que matou 52 pessoas. A acusação apresentou provas contra o réu, como impressões digitais, mostras de DNA e depoimentos de pessoas que o viram atirar e lançar granadas contra a multidão.
A defesa alegou que as provas foram fabricadas e os testemunhos manipulados. A Índia acusou um grupo instalado no Paquistão, o Lashkar-e-Taiba (LeT), de ter organizado os atentados, com o apoio de oficiais do Exército paquistanês, o que Islamabad nega. Os atentados provocaram forte tensão na relação entre Índia e Paquistão, dois países rivais que já travaram três guerras desde a independência em 1947. As negociações de um processo de paz foram retomadas ano passado.