Onze dias depois de 34 mineiros serem mortos por policiais no Noroeste da África do Sul, os trabalhadores retomaram nesta segunda-feira (27/8) as atividades. Antes do embate com os policiais, os mineiros estavam em greve, em defesa do reajuste dos salários e de melhores condições de trabalho. O conflito na região de Marikana foi considerado o mais grave desde o fim do apartheid (regime de segregação racial), em 1994.
O incidente gerou críticas e polêmica no país e no exterior. Em comunicado, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou os avanços sociais registrados no país desde que acabou o apartheid. Para Martin Hahn, especialista em mineração da OIT, é fundamental garantir mais segurança aos trabalhadores do setor.
[SAIBAMAIS]Os trabalhadores são lotados na Mina de Marikana, de platina, uma das mais importantes do país. Os mineiros disseram que os 11 dias de paralisação não geraram efeitos práticos. Segundo eles, a maioria dos trabalhadores tem contrato temporário. O acesso à mina estava hoje controlado por seguranças armados.
De acordo com a OIT, a indústria de mineração aumenta, nos últimos anos, na África do Sul. Em 2008, 2,7% da população economicamente ativa estavam empregados no setor. A organização reconhece que o governo
sul-africano adotou uma série de medidas para melhorar as condições de trabalho na mineração, reduzindo de 774 mortes, em 1984, para 128, em 2010.