Trípoli - Ao menos oito pessoas morreram em confrontos entre militantes favoráveis e contrários ao regime sírio na cidade de libanesa de Trípoli, informaram nesta quarta-feira (22/8) fontes de segurança, em incidentes que testam a frágil segurança do Líbano.
Duas pessoas faleceram no último episódio de violência depois de um dia sangrento na terça-feira, quando seis pessoas morreram em confrontos nas ruas entre homens armados sunitas e alauítas, cujos distritos rivais são divididos simbolicamente por uma via pública chamada de Rua Síria. A cidade do norte do país de Trípoli vivia momentos de tensão nesta quarta-feira, com homens armados se deslocando pelas ruas e disparando rajadas de tiros para o ar.
Integrantes dos serviços de segurança locais, funcionários políticos e religiosos se reuniram na cidade e concordaram com a instauração de um cessar-fogo a partir das 14h GMT (11h de Brasília), informou um correspondente da AFP. E o exército afirmou que iniciará negociações com líderes da cidade para restaurar a estabilidade. A última rodada de confrontos abalou a já frágil situação de segurança no Líbano, que viveu por três décadas sob dominação síria e permanece profundamente dividido entre simpatizantes e opositores ao governo de Damasco.
Entre os mortos estão um menino de 13 anos, enquanto outras 75 pessoas foram feridas, incluindo um menino de seis anos que ficou paraplégico por um tiro e 15 soldados, informaram fontes de segurança. Os confrontos tiveram início na noite de segunda-feira em Trípoli, berço de uma comunidade sunita hostil ao presidente sírio Bashar al-Assad, com os alauítas, um braço do islã xiita ao qual o líder pertence. A violência em Trípoli, a segunda maior cidade do Líbano, contou com a utilização de metralhadores e foguetes antitanques.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, procedente de Trípoli, demonstrou nesta quarta-feira preocupações pelos "esforços para arrastar o Líbano mais e mais para dentro do conflito na Síria quando o que é pedido é que os líderes cooperem... para afastar o Líbano do perigo". As autoridades instruíram o exército e as forças de segurança "a colocar a situação sob controle, a proibir qualquer presença armada e prender os envolvidos" na violência, afirmou em um comunicado.
Posteriormente, um comunicado do exército afirmou: "Devido à gravidade da situação e com o objetivo de prevenir tentativas de lançar o Líbano em um estado de conflito... o comando do exército anuncia que começará a dialogar com os líderes das cidades e autoridades, particularmente em Bab al-Tebbaneh e Jabal Mohsen". O objetivo do exército é "controlar a situação (e) expor aqueles que violaram acordos... e criaram obstáculos para a segurança e a estabilidade", afirmou o comunicado divulgado pela agência de notícias oficial do país.