Jornal Correio Braziliense

Mundo

Equador examina extradição de bielorrusso que pode ser condenado à morte

Quito - A Suprema Corte Nacional de Justiça (CNJ) do Equador examina um pedido de extradição do bielorrusso Aliaksandr Barankov, um militar e blogueiro refugiado em Quito que pode ser condenado à morte em seu país por traição à pátria, informou nesta terça-feira seu advogado.

"A Corte Nacional (de Justiça, suprema) realizou a audiência de extradição no dia 9 de agosto, e vai se pronunciar sobre o pedido de Belarus, que o faz pela segunda vez", declarou Fernando Lara, advogado de Barankov, afirmando que seu cliente já tinha sido submetido ao mesmo processo em 2010.

"O trâmite está em fase de conclusão, está no despacho do senhor presidente (da Corte, Carlos Ramírez), que se pronunciará em alguns dias", confirmou uma fonte do tribunal.

O capitão da força pública de Belarus abandonou seu país em 2009 e no início de 2010 chegou ao Equador, onde ganhou o status de refugiado poucos meses depois. Nesse ano, ele permaneceu detido por 52 dias devido a um pedido de extradição, que foi rejeitado porque Minsk não havia fornecido as informações completas para sustentar seu pedido, segundo o seu advogado de defesa.

Barankov, de 30 anos, é procurado pela Interpol por supostos crimes de fraude em seu país. Ele teme ser condenado à morte.

"Lá há pena de morte e ele poderá ser condenado por traição à pátria. Belarus não deu garantia alguma de que respeitará sua vida caso seja extraditado", disse Lara.



O caso de Barankov foi reativado menos de uma semana depois de o governo de Rafael Correa ter concedido asilo diplomático ao australiano Julian Assange, fundador do site Wikileaks, refugiado há dois meses na embaixada equatoriana em Londres.

O Equador aceitou os argumentos de Assange de que poderá enfrentar a pena capital nos Estados Unidos pela divulgação em seu portal de centenas de milhares de documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão e de comunicados confidenciais do Departamento de Estado.