Oslo - A publicação de um relatório crítico com a resposta que as autoridades norueguesas deram aos ataques de Anders Behring Breivik, que deixaram 77 mortos em 2011, provocou questionamentos sobre o primeiro-ministro Jens Stoltenberg, incluindo alguns pedidos de renúncia.
Segundo pesquisas publicadas nesta quarta-feira, a maioria dos noruegueses ainda confia no premier trabalhista, mas entre 19% e 30% dos entrevistados consideram que ele deveria deixar o poder. Em 22 de julho de 2011, o extremista de direita Anders Behring Breivik matou oito pessoas ao detonar uma bomba perto da sede do governo em Oslo e minutos depois abriu fogo contra jovens em um acampamento das Juventudes Trabalhistas na ilha de Utoya, matando 69 pessoas. Um relatório divulgado na segunda-feira por uma comissão independente, criada por Stoltenberg para tirar conclusões dos ataques, critica duramente o trabalho da polícia, muito lentaey desorganizada na reação, assim como o governo.
[SAIBAMAIS]A comissão afirmou que o atentado de Oslo poderia ter sido evitado se a rua próxima à sede do governo fosse fechada ao trânsito, obedecendo a uma recomendação de 2004 que, sete anos depois, não havia sido colocada em prática pela lentidão burocrática e a falta de interesse político. Muito popular por sua reação aos ataques, quando defendeu mais tolerância e democracia, Stoltenberg foi questionado: sensibilizado pela questão da segurança de seu gabinete desde 2007, não elevou a preocupação ao mais alto nível de Estado.
"Stoltenberg deve renunciar", afirma o principal jornal da Noruega, o Verdens Gang. "Nossas autoridades não estiveram à altura de nos proteger por incompetência, falta de aplicação das medidas e de respeito aos planos de crise. Seria intolerável se isto não tivesse consequências diretas para as pessoas responsáveis", afirma o editorial. Mas o primeiro-ministro rejeitou a ideia de deixar o cargo.