Durou poucas horas a euforia causada pela grande noite de Barack Obama no encerramento da Convenção Nacional Democrata, na última quinta-feira, em Charlotte (Carolina do Norte). Logo na manhã de ontem, o relatório mensal sobre empregos nos Estados Unidos trazia números abaixo das expectativas, jogava água fria na festa democrata e dava munição para os republicanos atacarem duramente a campanha dos rivais. Depois de mencionar, de modo enfático, a criação de postos de trabalho no discurso em que aceitou a indicação de seu partido para concorrer à reeleição, o presidente se deparou com a taxa de desemprego ainda acima dos 8% (8,1%), marca que o acompanha desde 2009. ;Sabemos que não é bom o suficiente;, comentou Obama, em sua primeira atividade pós-convenção, ontem, em New Hampshire ; um dos ;swing states; (estados onde nenhum candidato tem apoio suficiente para assegurar os votos do colégio eleitoral) que podem decidir as eleições.
Ciente de que esse e outros números poderiam não ser favoráveis, Obama pediu paciência aos americanos durante o discurso em Charlotte e lembrou que os indicadores não ficarão positivos de um dia para o outro. Mas o relatório de ontem atingiu o presidente em cheio e o colocou na defensiva a exatos 2 meses das eleições, em 6 de novembro. ;Precisamos criar mais empregos, e mais depressa. Precisamos preencher o buraco deixado por essa recessão mais rapidamente;, declarou Obama. Antes, a Casa Branca já havia se pronunciado. Segundo seu chefe do Conselho de Assuntos Econômicos, Alan Krueger, ;ainda há muito trabalho a ser feito, mas (o número) é uma evidência de que a economia continua se recuperando;.