Conakry - Pelo menos uma pessoa foi morta a tiros e cinco ficaram feridas nesta terça-feira (7/8) na Guiné, durante uma manifestação de comerciantes, dias depois da polícia agir com violência em relação a moradores que protestavam contra a mineradora brasileira Vale. Os comerciantes, revoltados com a insegurança, foram reprimidos pela polícia de Siguiri, cidade ao noroeste do país, segundo testemunhas e fontes humanitárias.
Na madrugada de sábado (4/8), no sudeste da Guiné, as forças de segurança dispararam contra moradores que protestavam contra a política de recrutamento da Vale, matando cinco pessoas.
Em Siguiri, "as forças de ordem mataram com bala real uma pessoa, um jovem de vinte anos, e feriram outras cinco, quando tentamos marchar nesta manhã (terça-feira) em direção à prefeitura" da cidade, disse uma testemunha. Um funcionário da Cruz Vermelha confirmou a violência, fazendo referência a pelo menos um morto.
As forças de ordem atiraram para o ar, na tentativa de impedir que os manifestantes entrassem na prefeitura.
Os comerciantes ergueram barricadas, queimaram pneus e saquearam a residência do prefeito, que se refugiou com a família em um campo militar, segundo as mesmas fontes.
Em seguida, atacaram o campo militar com pedras e pedaços de madeira e queimaram veículos do Exército e cinco motos.
"Nós estamos revoltados com a insegurança que aumentou nesta cidade, enquanto existem dois campos militares, uma brigada e duas delegacias de polícia" em Siguiri, indicou um manifestante. "Hoje, ninguém vai trabalhar aqui. Vamos parar a cidade. Queremos saber por que há tanta insegurança em nossa cidade", afirmou um manifestante. "Se é por causa do ouro que estão explorando aqui, vamos fechar a companhia Ashanti Goldfields (SAG)", instalada nesta região que possui importantes reservas de ouro, disse ele.
Os incidentes começaram na madrugada de terça-feira (7/8), após o ataque por homens armados e vestidos com uniformes oficiais do exército contra um vendedor de ouro, em que tentaram roubar seu cofre, fazendo com que os guardas alertassem a polícia.