Sem abandonar o tom de desafio, o presidente de Cuba, Raúl Castro, reiterou ontem a disposição de dialogar com os Estados Unidos e se disse disposto a levar à mesa "todas as questões" pelas quais seu regime tem sido cobrado. Ao mesmo tempo, porém, acusou os norte-americanos de buscarem a derrubada de seu governo, a exemplo do que ocorre com os países da Primavera Árabe. As relações entre os dois países, na avaliação de um especialista, melhoraram desde que Raúl substituiu o irmão Fidel Castro Fidel, em 2006, e de que Barack Obama assumiu a Casa Branca, em 2009. Persiste, no entanto, um obstáculo de meio século à aproximação: o embargo econômico imposto pelos EUA à ilha.
"No dia em que quiserem (conversar), a mesa está posta", disse Raúl, que discursava no aniversário da frustrada invasão ao quartel de Moncada, em 1953 - ação liderada pelos irmãos Castro, considerada o marco inicial da Revolução Cubana, que triunfou em 1; de janeiro de 1959. "Se querem discutir os problemas da democracia, como eles dizem, a liberdade de imprensa, os direitos humanos, todas essas histórias que inventaram nos últimos anos, sobretudo isso dos direitos humanos, vamos discutir a respeito de Cuba", afirmou. "Mas em igualdade de condições, porque não somos submissos nem colônia de ninguém. Vamos discutir os mesmos temas a respeito dos Estados Unidos e estaremos em paridade."