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Rússia lembra Síria de compromisso com proibição de armas químicas

Moscou - A Rússia lembrou nesta terça-feira (24/7) que Damasco ratificou o protocolo de Genebra de 1925 proibindo a utilização de armas químicas, em um comunicado divulgado depois de o regime sírio ter indicado que poderá utilizar essas armas para se defender de uma agressão externa.

"Queremos ressaltar que a Síria aderiu em 1968, por meio de sua ratificação, ao Protocolo de Genebra de 1925 que proíbe a utilização de gases asfixiantes, tóxicos ou outros gases deste tipo", indicou o Ministério russo das Relações Exteriores, que pede que Damasco siga seus compromissos internacionais.

[SAIBAMAIS]"A Rússia acompanhou com atenção as declarações de um representante do Ministério sírio das Relações Exteriores durante uma entrevista coletiva à imprensa no dia 23 de julho, relativa ao possível recurso por parte das autoridades do país às armas químicas em caso de agressão estrangeira", acrescentou a diplomacia russa.

"A Rússia parte do princípio que as autoridades sírias vão continuar a respeitar estritamente seus compromissos internacionais", concluiu o ministério em um comunicado.

O regime sírio reconheceu na segunda-feira pela primeira vez que possui armas químicas, afirmando que elas jamais serão utilizadas contra a população, mas ameaçando empregá-las em caso de intervenção militar ocidental.



A Rússia, aliada de longa data do regime sírio, para o qual fornece armas, e que bloqueou na semana passada pela terceira vez uma resolução ocidental no Conselho de Segurança da ONU ameaçando Damasco com sanções, se distanciou nas últimas semanas do governo do presidente Bashar al-Assad, mas manteve sua oposição a qualquer política de ingerência.

Moscou afirma que defende o respeito ao direito internacional, e o presidente Vladimir Putin alertou na segunda-feira para uma guerra civil de longa duração na Síria caso o presidente Assad seja destituído de maneira "inconstitucional".