Pela primeira vez, o regime de Bashar Al-Assad admitiu a posse de armas químicas e biológicas. Não somente isso. Avisou que recorrerá a esse arsenal no caso de uma intervenção militar estrangeira. ;Qualquer estoque de armas de destruição em massa ou quaisquer armas não convencionais que a República Árabe Síria possui não seriam nunca, jamais, usadas contra civis ou contra o povo sírio durante esta crise ou em quaisquer circunstâncias, não importa como a crise se desenvolva;, declarou Jihad Makdissi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Síria. A postura evasiva deu lugar à ameaça. ;Todos os estoques dessas armas que a República Árabe da Síria possui são monitorados e vigiados pelo Exército sírio. Essas armas serão usadas somente, e estritamente, no caso de uma agressão externa contra a República Árabe da Síria;, acrescentou.
Em 1992, a Síria se recusou a assinar a Convenção sobre Armas Químicas. Sob a ditadura de Al-Assad, o país teria construído o quarto maior arsenal químico do mundo, composto de gás sarin, gás mostarda e cianeto (veja o quadro). Para aqueles que estão no front ou na coordenação política contra Damasco, o risco de um ataque químico não pode ser ignorado. ;Um regime que massacra crianças e que estupra mulheres também pode usar armas químicas;, declarou Abdel Baset Sayda, presidente da coalizão opositora Conselho Nacional Sírio (CNS), à agência de notícias turca Anatolia.