Bagdá - Uma onda de ataques no Iraque matou nesta segunda-feira (23/7) 111 pessoas e deixou 235 feridos no dia mais sangrento vivido pelo país em mais de dois anos, depois que a Al-Qaeda alertou que iria preparar novos ataques e tentar recuperar territórios.
Autoridades indicaram 27 ataques diferentes lançados em 18 cidades, quebrando uma relativa calma propiciada pelo início, no sábado, do mês sagrado muçulmano do Ramadã.
O presidente do Parlamento, Osama al-Nujaifi, e o representante da ONU no país condenaram os atentados, que até o momento não foram reivindicados.
O Irã indicou que "o objetivo desses atos terroristas é criar divisões confessionais e ameaçar a segurança, a estabilidade e a independência do Iraque".
Ainda que estes números sejam significativamente menores do que os registrados durante o pico do derramamento de sangue no país, de 2006 e 2008, os ataques ainda são comuns.
-- ;Começando uma nova etapa; --
A organização Estado Islâmico do Iraque alertou em uma mensagem de áudio postada em vários fóruns jihadistas que começaria a ter como alvos juízes e procuradores, e pediu a ajuda de tribos sunitas para recapturar territórios que já estiveram em seu poder.
"Estamos começando uma nova etapa", dizia a voz na mensagem, supostamente a de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico do Iraque desde maio de 2010.
"A primeira prioridade nisso é libertar os prisioneiros muçulmanos em todos os lugares, perseguir e eliminar juízes e procuradores e seus guardas".
Não foi possível verificar se a voz é, de fato, de Baghdadi.
O locutor acrescentou: "Por ocasião do início do retorno do Estado às áreas que deixamos, convoco vocês a realizar mais esforços, e enviar seus filhos com os mujahedines para defender sua religião e obedecer a Deus".