Regina - A tranquila aldeia de Regina, às margens do rio Aproak, uma via de abastecimento dos garimpeiros ilegais na Guiana Francesa, é o palco de uma perseguição policial ao bando do brasileiro Manoel Ferreira Moura, o Manoelzihno, suspeito pela morte de militares.
Ao todo são 120 policiais, entre eles homens da GIGN, unidade de elite da gendarmeria francesa, convocados para perseguir os marginais através da floresta equatorial e de seus gigantescos rios.
Os investigadores consideram o bando suspeito de ter matado, em 27 de junho passado, dois suboficiais do 9; Regimento de Infantaria Marinha (RIMA), que patrulhavam uma das zonas de garimpagem de ouro mais produtivas da Guiana.
Naquele dia, em Dorlin (sudeste), a 60 km do Suriname, três gendarmes ficaram feridos durante um violento confronto, com armas de guerra de calibre de 5.56 mm e 7.65 mm.
[SAIBAMAIS]As autoridades voltaram 15 dias depois para recuperar o controle do lugar, onde muitos garimpeiros ilegais ainda atuam. A localidade de Regina foi transformada no quartel-general da operação contra os suspeitos, fortemente armados e liderados por Manoel Ferreira Moura, de 25 anos, procurado por um assassinato no Suriname e por outros crimes na Guiana.
De Dorlin, uma parte do bando fugiu para o coração do Parque da Amazônia, nos arredores de Saul, depois de atacar garimpeiros cujos pontos de garimpagem escavados nas colinas ainda não estavam sob seu controle. Carregados de ouro, os criminosos desceram para o litoral pelo rio Aproak, até Regina (este), a menos de 90 km do Brasil, onde feriram dois pescadores quando tentavam roubar sua embarcação.
Coletes a prova de balas reforçados -"daqueles que param as 5.56", segundo um oficial- capacetes, fuzis e metralhadoras francesas Famas equipam os homens mobilizados nos 110 km da rodovia Nacional 2, que liga Cayena a Regina.
A 25 km de Regina, na pista de Belizon, outra rota de ouro ilegal, um posto de controle permanente foi reforçado. Na entrada de Regina, os policiais, com armas nas mãos, revistam todos os carros de chegam e saem.
"Graças aos controles, agora existem menos imigrantes ilegais", comenta uma funcionária pública. "A culpa da situação é do Estado francês que deixou que os garimpeiros agissem durante tantos anos", acrescenta. "Mas os suspeitos não têm nossa noção de tempo", enfatiza outro funcionário. "São homens da Amazônia, que podem se esconder e esperar durante semanas".