Budapeste - O criminoso de guerra nazista mais procurado do mundo, o húngaro Laszlo Csatary, de 97 anos, ficará, por decisão do juiz, em prisão domiciliar, acusado de ter participado da deportação de 15.700 judeus em direção ao campo de concentração nazista de Auschwitz, na Polônia, de 1941 a 1944, indicou seu advogado.
"Ele ficará em prisão domiciliar por 30 dias", afirmou seu advogado Gabor Horvath. Csatary foi detido na madrugada desta quarta-feira (18/7) e "disse não ser culpado", argumentando que "obedeceu a ordens", indicou o procurador de Budapeste, Tibor Ibolya. O advogado não quis dar o endereço do local onde Csatary ficará em prisão domiciliar, limitando-se a afirmar à imprensa que se tratava de um dos dois apartamentos da capital húngara já conhecidos pelos jornalistas.
Alimentados por informações fornecidas pelo Centro, repórteres do jornal britânico The Sun descobriram o paradeiro do antigo chefe da polícia e conseguiram encontrá-lo. A revelação foi feita na edição de domingo, dia 15 de julho, no site do The Sun. Csatary havia dito aos repórteres: "Eu não fiz nada, saiam daqui", antes de bater a porta na cara deles.
Desde então, Csatary não respondia. Csatary é considerado o criminoso nazista "mais procurado" porque atualmente há poucos foragidos e vivos. "Todos têm mais de 90 anos", indicou Serge Klarsfeld, presidente da Associação de Filhos e Filhas de Deportados Judeus da França, acrescentando que não estava certo sobre se haveria "uma ação judicial com este governo conservador" do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban.