A suspensão do Paraguai do Mercosul é "ilegal" e as pressões que os governos da região tentam impor sobre o país são inaceitáveis, afirmou o presidente paraguaio, Federico Franco, em uma entrevista divulgada neste domingo por um jornal uruguaio.
A decisão do bloco regional de suspender o Paraguai, após a destituição em um julgamento político do ex-presidente Fernando Lugo, até que sejam realizadas eleições, em abril de 2013, "é absolutamente ilegal", afirmou Franco ao jornal El País do Uruguai.
"Alegam que não houve o devido processo" na destituição de Lugo, "mas em Mendoza o devido processo não existiu", disse o presidente sobre o acordado na província argentina durante a cúpula do Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Uruguai e pelo suspenso Paraguai.
Sobre a decisão tomada em Mendoza de aceitar a Venezuela como membro pleno do Mercosul, o que se concretizará no dia 31 de julho no Rio de Janeiro, Franco comentou que seu país "sempre se opôs" e que a nação que governa não vai "aceitar nenhuma tutoria ou pressão, nem da região, nem do eixo bolivariano, nem de nenhum país do mundo".
A incorporação da Venezuela foi aceita devido à suspensão prévia do Paraguai, cujo Parlamento havia a bloqueado por anos.
Em relação à denúncia do Paraguai sobre uma suposta intromissão do ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolas Maduro, que se reuniu com o exército paraguaio enquanto ocorria o julgamento político de Lugo, Franco considerou que o episódio foi "escandaloso. Patético. Lamentável".
Além disso, afirmou que não prevê se comunicar com os presidentes da região porque "não existem as condições necessárias".